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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e Diretor de Comunicação e Informática do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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sexta-feira, 20 de outubro de 2017

Cine Dica: Fantasia russa no Projeto Raros



PROJETO RAROS EXIBE A CAÇA SELVAGEM DO REI STAKH
Nesta sexta-feira, 20 de outubro, às 20h, o Projeto Raros apresenta na Cinemateca Capitólio Petrobras o filme russo A Caça Selvagem do Rei Stakh, de Valeri Rubinchik. Após o filme, acontece um debate com o pesquisador Carlos Thomaz Albornoz. Com exibição digital e legendas em inglês, a sessão tem entrada franca.

A CAÇA SELVAGEM DO REI STAKH
(Dikaya okhota korolya Stakha)
105 minutos, União Soviética, 1979
Direção: Valeri Rubinchik
Exibição digital com legendas em inglês.

Adaptação do livro de Uladzimir Karatkievich sobre a história de um pesquisador de lendas folclóricas em viagem pela Bielorrússia do século 19. Ele envolve-se em uma trama gótica quando se depara com a maldição de uma família aristocrática local. E quando começa a desvendar os segredos enterrados em seu palácio, ele próprio torna-se a caça de silenciosos fantasmas que espreitam a cavalo e entregam a morte todos que cruzam seu caminho. Após a sessão, acontece um debate com o pesquisador Carlos Thomaz Albornoz.
“Filmes que você sempre quis ver ou nem imaginava que existiam”. O slogan do projeto Raros é a sua melhor definição. Iniciado em maio de 2003, o projeto foi concebido com a intenção de apresentar ao público local títulos nunca lançados no circuito exibidor brasileiro ou há muito tempo fora de circulação nos cinemas, procurando reproduzir o espírito das “midnight movies” realizadas em Nova York a partir do final dos anos 1960. Cada filme é apresentado uma única vez, nas noites de sexta-feira, e as sessões são comentadas. Imediatamente acolhido pelos cinéfilos porto-alegrenses, o Raros foi um sucesso instantâneo e logo inspiraria outras iniciativas similares, a mais conhecida delas sendo as Sessões do Comodoro, organizadas pelo saudoso diretor Carlos Reichenbach no Cinesesc de São Paulo. Em 2017, em função da reforma da Usina do Gasômetro, a Cinemateca Capitólio Petrobras passa a receber provisoriamente o projeto Raros.

GRADE DE HORÁRIOS

17 a 20 de outubro de 2017

17 de outubro (terça)
18h - O Exército das Sombras
20h30 – Pré-estreia de Na Praia à Noite Sozinha

18 de outubro (quarta)
18h - O Círculo Vermelho
20h30 - Pré-estreia de Na Praia à Noite Sozinha

19 de outubro (quinta)
18h - Leon Morin Padre
20h30 - Pré-estreia de Na Praia à Noite Sozinha

20 de outubro (sexta)
18h - 24 Horas na Vida de um Palhaço + O Silêncio do Mar
20h – Projeto Raros (A Caça Selvagem do Rei Stakh)

Cine Dica: Ela na Tela



CINEMATECA CAPITÓLIO PETROBRAS RECEBE A MOSTRA ELA NA TELA
Café com Canela.

Entre os dias 21 e 25 de outubro, a Cinemateca Capitólio Petrobras recebe a 3ª edição da mostra Ela na Tela. Com oficinas, debates e exibições de longas e curtas, a programação tem entrada franca.

A Mostra Ela na Tela foi criada para abrir espaço para troca de experiências e busca de igualdade de gêneros no fazer cinematográfico, que ainda é dominado por homens, e em sua maioria brancos. Neste ano, o evento busca ampliar a visibilidade das mulheres cineastas, promovendo a conscientização sobre a importância da representação feminina na tela de cinema e possibilitando dialogar sobre o reflexo dessa representação na sociedade.
No sábado, 21 de outubro, acontece a sessão de abertura com o longa Café com Canela, de Glenda Nicácio e Ary Rosa, vencedor dos prêmios de atriz, roteiro e melhor filme segundo júri popular no Festival de Brasília deste ano. Após a sessão, acontece um debate com a diretora. 

GRADE DE PROGRAMAÇÃO

21 de outubro (sábado)
16h30 - Oficina de Roteiro "Disparando Ideias" com Eleonora Loner
19h00 - Sessão de abertura: Exibição do longa-metragem "Café com Canela" de Glenda Nicácio + Debate *Sinopse “Café com Canela” Após perder o filho, Margarida vive isolada da sociedade. Ela se separa do marido Paulo e perde o contato com os amigos e pessoas próprias. Certo dia, Violeta bate a sua porta. Trata-se de uma ex-aluna de Margarida, que assume a missão de devolver um pouco de luz àquela pessoa que havia sido importante pra ela na juventude.

22 de outubro (domingo)
16h00 - Oficina de Produção com Marta Nunes
18h30 –  Mostra de Curtas
"Quem Matou Eloá?", de Lívia Perez. São Paulo, 2016. 24min29s.
* Sinopse "Quem Matou Eloá?" Em 2008, Lindemberg Alves de 22 anos invadiu o apartamento da ex-namorada Eloá Pimentel de 15 anos, armado, mantendo-a refém por cinco dias. O crime foi amplamente transmitido pelos canais de TV. “Quem matou Eloá?” traz uma análise crítica sobre a espetacularização da violência e a abordagem da mídia televisiva nos casos de violência contra a mulher, revelando um dos motivos pelo qual o Brasil é o quinto no ranking de países que mais matam mulheres.
"Sexta Série", de Cecilia da Fonte. Pernambuco, 2013. 18min03s. * Sinopse "Sexta Série" Um dia na vida de Clarice e Ana, duas amigas da sexta série.
"Lúcida", de Caroline Neves e Fabio Rodrigo. São Paulo, 2015. 16min. * Sinopse “Lúcida” Mas eu nem sei se ela tem alguma coisa pra cozinhar, porque ela não me fala.
"Irmã," de Andressa Gonçalves, Josie Pontes, Mika Makino, Nina Fachinello. Rio de Janeiro, 2016. 06min07s. * Sinopse “Irmã” Através de dados reais e de uma tragédia vivida por milhares de mulheres diariamente o curta "Irmã," traça um caminho de crítica ao machismo e ao mesmo tempo de empoderamento feminino. Necessário para todas as idades.
 "Adeus à Carne", de Julia Anquier. Rio de Janeiro, 2017. 11min. * Sinopse “Adeus à Carne” Durante um leve e caloroso carnaval carioca, três amigas se divertem em um bloco de rua. Quando um homem cruza os seus caminhos e ultrapassa limites, ele toma decisões que desencadeiam graves consequências.

24 de outubro (terça-feira)
17h00 - Oficina de Crítica Cinematográfica "Noções para elaboração de texto crítico" com Fatimarlei Lunardelli
18h30 – Mesa "Mulher no Set de Filmagem: Resistência" com Carol Zimmer, Daniela Strack, Isabel Cardoso, Lígia Tiemi Sumi, Manuela Falcão e Mariani Ferreira
20h30 - Mostra de Curtas
"A Ilha do Farol", de Jo Serfaty e Mariana Kaufman. Rio de Janeiro, 2016. 23min32s. * Sinopse “A Ilha do Farol” “A ilha do farol” narra a história e lendas de uma misteriosa e inóspita ilha, também conhecida como Ilha Rasa, próxima a cidade do Rio de Janeiro. Entre o resgate histórico e a invenção, uma silenciosa família se lança ao mar em uma pequena embarcação, rumo ao encontro da ilha.
"Quase Consolação", de Amina Jorge. São Paulo, 2013. 17min7s. * Sinopse “Quase Consolação” Avenida Dr. Arnaldo, quase esquina com Rua da Consolação. Mais um corpo chega ao IML de São Paulo. Mais um dia de trabalho de uma médica legista. Mais um, se não fosse o último.
"Monga, Retrato de Café", de Everlane Moraes. Cuba, 2017. 13min06s. * Sinopse “Monga, Retrato de Café" Um convite para tomar café é o inicio de uma conversa íntima que esboça o retrato de Ramona Reyes, uma plantadora de café descendente de um haitiano assassinado dias antes do triunfo da Revolução Cubana.
"Cotidiano" de Cristina da Rosa Nascimento. Porto Alegre, 2017. 03min42s. * Sinopse “Cotidiano” O cotidiano, mostra a vida de meninas, mulheres negras. Fala sobre a rotina que não é mostrada nas televisões. Trás a leveza e a força de como nós mulheres negras queremos ser vistas, quebra o estereótipo da mídia que sempre nós coloca em cena, como domesticas e dançarinas de funk, o cotidiano retrata a nossa luta, na cor da pele.
"Antonieta", de Flávia Person. Florianópolis, 2016. 14min28s. * Sinopse “Antonieta”, um documentário sobre Antonieta de Barros (1901-1952), mulher, negra, professora, cronista, feminista e em 1935 se tornou a primeira negra a assumir um mandato popular no país.

25 de outubro (quarta-feira)
17h30 - Mesa "Cinema independente & outras formas de fazer cinema" com Laís Auler (Tanque Coletivo), QUEM (Criadoras Negras), Cristina Nascimento (Quilombo do Sopapo) e Natasha Ferla (Grupo do Front)
19h30 - Oficina "As mulheres do cinema brasileiro" com Flávia Seligman

20h30 - Mostra de Curtas
"Três Vezes Por Semana", de Cris Reque. Porto Alegre, 2011. 15min43s. * Sinopse “Três Vezes Por Semana” Sílvia é uma senhora solitária que acumulou frustrações e mágoas durante a vida. A aula de hidroginástica é sua única diversão: as colegas, as conversas, os passeios. A mesmice do cotidiano parece eterna, até que ela se transforma.
"Tarântula", de Marja Calafange. Curitiba, 2015. 20min * Sinopse “Tarântula” Em um casarão distante, mora uma família religiosa e aparentemente incompleta: uma mãe e suas duas filhas. Até a chegada de um novo membro, que traz consigo uma ameaça iminente.
"Dia Um", de Natália Lima. Caruaru, 2017. 2min. * Sinopse “Dia Um” A superlotação do planeta e a devastação ambiental forçam os grandes líderes a se unirem para construir as Arcas Espaciais, que são naves gigantescas que levaram os seres humanos para o espaço em busca de um novo lar, para isso uma lei determina que apenas os mais jovens podem desbravar esse novo mundo e dá continuidade a espécie, deixando assim os idosos para morrerem junto ao planeta terra que será destruído após a decolagem da última Arca Espacial.
"Luz Baixa", de Bruna de Vasconcellos Torres. São Paulo, 2017. 15min20s. * Sinopse “Luz Baixa” Após a morte de sua mãe, Cléo e Caio, irmãos de uma família destruída pela ditadura militar, se encontram depois de anos sem se ver, e pegam a estrada de volta para casa. Ao longo da viagem, descobrem que já não se conhecem mais.
"Maria", de Elen Linth. Manaus, 2017. 16min43s. * Sinopse “Maria” Nascida aos 16, numa cidade ensanguentada por corpos de peito e pau.

quinta-feira, 19 de outubro de 2017

Cine Dica: Em Cartaz: Na Praia à Noite Sozinha



Sinopse: Young-hee é uma atriz famosa que tem a sua vida pessoal exposta após um caso com um homem casado. Ela decide abandonar a cidade européia onde mora e dar uma pausa na carreira. Young-hee reencontra os velhos amigos e começa a refletir sobre suas possibilidades de futuro. Em noites regadas a álcool, ela se libera e diz o que realmente sente.

Aos poucos que vou conhecendo a filmografia de Hong Sang-soo (A Visitante Francesa) percebo que o cineasta gosta de se repetir, mas não para cair na previsibilidade, mas sim para alcançar um novo nível com relação ao seu perfeccionismo que ele tanto injeta em suas obras. Além disso, percebesse que seus pensamentos, sejam eles inventados ou verídicos, são moldados em seus filmes para que então ele consiga nos dizer algo que talvez nem ele mesmo consiga dizer para consigo mesmo. Na Praia à Noite Sozinha testemunhamos um novo degrau com relação aos pensamentos íntimos do cineasta e dos quais ele tenta exorcizá-los no outro lado da tela.
O filme acompanha a cruzada da atriz Young Hee (Kim Min-hee, prêmio de melhor atriz no último festival de Berlim) que, após se envolver com um homem casado, decide retornar as suas raízes. Ao retornar em sua cidade natal, Young reencontra velhos amigos, alguns deles até mesmo do ramo do cinema e decide então colocar a conversa em dia com todos. Não demora muito para que ela comece a por para fora tudo o que sente em meio a uma conversa e com muita bebida.
Usando velhas fórmulas de seus filmes anteriores, Hong Sang Soo usa do começo ao fim uma única trama, mas dando a entender que ela é dividida em duas partes, como se fosse encerrar uma e começando assim outra, mas com a mesma protagonista. No principio da primeira parte da história, a vemos conversar com uma velha amiga, revelando então um pouco do seu passado e tentando armar planos para o futuro. Uma vez que essa primeira parte se encerra, o cineasta nos coloca numa situação de dúvida, já que, com relação ao que foi visto, pode ser interpretado como uma lembrança, ou até mesmo da própria protagonista estar assistindo ela mesma dentro de um cinema.
Mesmo com uma simplicidade, é notório como Hong Sang Soo consegue emoldurar em sua obra camadas sob camadas dentro da trama, como se estivéssemos testemunhando um sonho dentro de um sonho e do qual somente se encerra quando o filme acaba. Sejam pensamentos ou sonhos filmados, o cineasta faz até mesmo questão de criar uma figura solitária, da qual ninguém dá muita atenção a ela, mas que pode ser o cineasta em cena e que esteja sonhando ou se lembrando dos eventos dos quais estamos testemunhando: a cena em que vemos um lavador de janelas trabalhando incessantemente e sem ser notado sintetiza esse meu pensamento.
Talvez entre obsessão e perfeccionismo, exista um desejo do cineasta em voltar ao passado e corrigir certos erros dos quais ele havia cometido. Assim como foi visto em Certo Agora, Errado Antes (2015), há uma passagem do filme, por exemplo, da qual testemunhamos a protagonista deitada na praia e que, posteriormente, veremos a mesma cena, mas por outra perspectiva. Revisitando a cena, é como se o cineasta queira nos dizer que era assim que deveria ter sido e não da forma como havia acontecido anteriormente.
Podemos interpretar essa passagem da trama como uma espécie de simbolismo sobre o arrependimento vindo de Hong Sang Soo, como se um passado não resolvido o assombrasse e do qual ele fica tentando amenizar essa dor através de seus filmes. Como se isso não bastasse, testemunhamos uma sequência reveladora numa mesa de bar, da qual não só testemunhamos à protagonista desabafar através do álcool, como também um determinado personagem que joga pra fora as suas dores através da leitura de um livro. Seria então esse personagem a personificação do próprio cineasta visto na tela? 
Na Praia à Noite Sozinha é um filme que se divide entre sonhos e pensamentos e dos quais personifica o lado mais intimo de um cineasta super criativo. 

Onde assistir: Cinemateca Capitólio: R. Demétrio Ribeiro, 1085 - Centro Histórico, Porto Alegre. Horário: 20h30min

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