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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e Diretor de Comunicação e Informática do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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quarta-feira, 28 de junho de 2017

Cine Dica: Em Cartaz: Mulher do Pai



Sinopse: A adolescente Nalu (Maria Galant) precisa cuidar do pai cego, após a morte da avó que os criou como irmãos. Quando Ruben (Marat Descartes) percebe o amadurecimento da filha, surge uma desconcertante intimidade entre eles. Mas, com a chegada de Rosário, o ciúme ganhará espaço na vida de ambos.

Não é de hoje que o cinema gaúcho vem provando que um cinema brasileiro autoral não se encontra somente em Pernambuco. Se em Castanha se comprova o fortalecimento de um cinema autoral, do qual se tem uma harmonia entre a transição dos gêneros ficção e documental, Beira Mar é um exemplo do qual se explora as passagens de mudanças conflituosas da adolescência no cenário contemporâneo de hoje. É aí que chegamos ao filme Mulher do Pai, do qual transita entre um cinema autoral, mas que também sabe compartilhar muito bem um retrato da juventude de hoje e que convive com os ventos da mudança ininterrupta.
Dirigido pela estreante Cristiane Oliveira, a trama se passa no interior dos pampas, onde acompanhamos a história de uma família pequena, formada pelo pai cego Ruben (Marat Descartes), filha Nalu (Maria Galant) e avó. Quando essa última vem a falecer, surge então uma nova relação entre pai e filha, principalmente quando Ruben percebe o amadurecimento de Nalu. Porém, com a chegada de uma professora chamada Rosário (Veronica Perrotta) na vida de Ruben, se tem então o nascimento de um clima de ciúmes e do qual fará com que Nalu repense sobre o seu futuro. 
Mesmo sendo novata atrás das câmeras, Cristiane Oliveira surpreende na forma como capta aquele universo do interior separado da civilização, pois mesmo com a falta de tecnologia, os ventos da mudança trazem pequenas informações e das quais atraem esses jovens pouco familiarizados com a cidade de grande. É desse pensamento que se encontra Nalu que, sabendo que não terá muitas opções de crescer na vida onde se encontra, vive então na curiosidade sobre o que há além das cercas que separam as estradas que dão em direção a Porto Alegre por exemplo. Contudo, uma vez morrendo a sua avó, desperta então o seu lado mulher, da qual pode vir a ser a dona da casa, despertando um tipo de contato com pai há muito tempo esquecido, mas indo a direções delicadas e das quais os sentimentos entram então em conflito.
Contudo, não espere por situações explicitas, pois a intenção da cineasta é criar mais do que uma mera atração conflituosa entre pai e filha, mas sim criando situações das quais possam ambos os personagens encarar as mudanças das quais eles precisam enfrentar. Ruben, por exemplo, enfrenta o fato de sua filha se interessar por outros rapazes, enquanto ela encara o fato de que precisa fazer alguma coisa com a sua vida, mesmo quando a relação com o pai se torna um porto seguro, mas sem muitas expectativas para o futuro. Em meio essa montanha russa de conflitos, é interessante quando surgem momentos harmoniosos entre os dois, como quando ela começa descrever um filme para ele que está passando na TV e fazendo com que a gente se identifique com eles facilmente naquele momento.
Embora nova na profissão, Maria Galant surpreende em cena, principalmente por possuir um olhar que compartilha dos conflitos da personagem. Porém, Marat Descartes é o melhor em cena, pois ele não só nos convence como um homem cego, como também saber nos passar a possibilidade de seu personagem estar com os desejos em ebulição e dos quais ele próprio enfrenta. Ambos em cena se criam uma tensão do qual nos contagia, cujos resultados vão contra as nossas expectativas, mas sendo exatamente esse o resultado do qual a cineasta quis obter.
Falando nela, não poderia deixar de notar na sua forma de filmar em algumas ocasiões, como se a sua câmera quisesse fugir do quadro e fazendo com que a gente se pergunte por alguns momentos o que está acontecendo em cena. Se a câmera foca somente os dois protagonistas da cintura para baixo, por exemplo, talvez seja a intenção de compartilhar a sensação de não saber o que acontece ao redor e fazendo com que a gente até mesmo entenda a sensação de insegurança que o personagem Ruben tem devido a sua deficiência. Um recurso ligeiramente familiar, do qual me fez me lembrar de Ensaio sobre a cegueira de Fernando Meirelles, mas soando aqui de uma forma original e se casando com a proposta principal de sua autora.
Embora com um final sem muitas surpresas com relação aos destinos dos personagens, Mulher do Pai é um belo exemplo de cinema autoral gaúcho, mas que sabe dialogar com um público que vai ao cinema em busca de se identificar com a proposta principal da trama. 

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Cine Especial: Cinema Independente Brasileiro Hoje: Parte 1



Nos dias 08 e 09 de Julho eu irei participar do curso Cinema Independente Brasileiro Hoje, criado pelo Cine Um e ministrado pelo crítico de cinema do jornal Zero Hora Daniel Feix. Enquanto o final de semana da atividade não chega por aqui eu irei relembrar de alguns filmes do cinema brasileiro independente que eu assisti nesses últimos dez anos.      

 

Jogo de Cena (2007)



Sinopse: Atendendo a um anúncio de jornal, 83 mulheres contaram sua história de vida em um estúdio. 23 delas foram selecionadas, em junho de 2006, e filmadas no Teatro Glauce Rocha. Em setembro do mesmo ano várias atrizes interpretaram, a seu modo, as histórias contadas por estas mulheres.


De Eduardo Coutinho (Edifício Masters) o documentário é uma analise sobre inúmeros relatos, tanto de mulheres comuns, como também de atrizes conhecidas que contam suas histórias fictícias ou realmente verídicas. O ápice do documentário é ouvirmos determinada história que começa com uma, mas que continua através de outra pessoa. Isso faz com que tenhamos uma visão diferente da mesma história, da qual já sabemos como irá terminar, mas nos passando um sentimento diferente e criando então uma analise múltipla com relação ao ser humano perante determinadas situações. 
Tudo rodado no Teatro Glauce Rocha, onde mulheres comuns e atrizes se descascam na frente da câmera. Em alguns momentos, por exemplo, as histórias relatadas através de certas mulheres que, nunca pensaram na vida em serem atrizes, acabam surpreendentemente sendo as mais convincentes e despertam uma emoção genuína para todos nós.   

Mais informações sobre atividade vocês cliquem aqui.  


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terça-feira, 27 de junho de 2017

Cine Dica: Filme AGS Agence Générale du S... na Mostra SESC de Cinema Paulista tem exibições no CineSesc Augusta

Humor negro, obra francesa anos 20, arte inspirada em "Grande Hotel Budapeste", com atriz internacional Cris Lopes e Euler Santi no elenco

Já pensou em planejar sua própria morte de maneira excêntrica e divertida? O Filme AGS é baseado em uma obra de mesmo nome "Agence Générale du Suicide" do poeta francês Jacques Rigaut escrita nos anos 20 e tem roteiro adaptado pelo ator e roteirista Euler Santi.
O filme é uma comédia com bastante humor negro, piadas atuais e se passa em uma agência que funciona desde 1920 como se fosse uma repartição pública sofisticada, onde os clientes escolhem e personalizam a forma como gostariam de morrer. 

A direção de fotografia foi realizada pelo Diretor do filme Rodney Borges e a direção de arte da atriz Cris Lopes, inspirados no filme Grande Hotel Budapeste.  AGS foi selecionado em mais de 10 festivais no Brasil em 2016, com exibição na Espanha e divulgações nos Estados Unidos, Europa e Argentina, premiado com Melhor Fotografia, Melhor Edição, Melhor Roteiro, Melhor Filme.
Abordando de forma leve e divertida o tema do suícidio, AGS tem como protagonistas: a atriz internacional Cris Lopes que estrela 3 longas metrangens em 2017: filme canadense FREER de L. Giordana, lançamento Canadá & USA;  protogonista em longa argentino de N. Rosendo, rodando na Argentina; longa brasileiro Meio Irmão de Eliane Coster, breve nos cinemas), Cris já atuou em mais de 10 filmes e o ator e roteirista de AGS Euler Santi (longa metragem EMIL - Palestra sobre Nada), ambos já atuaram em emissoras de tv como Record e Rede Globo. 

Datas de Exibições :   01/julho - sábado - 15h e  dia 04/julho - terça - 17h
CineSesc Augusta   : Rua Augusta, 2075 - São Paulo
Mostra Sesc de Cinema Paulista - de 29/junho a 05/julho:

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Divulgação: Cris Lopes Oficial:  Face Fan Page @crislopesoficial      Twitter @crislopesOFC      Instagram @crislopes.oficial  
Filme AGS @filmeags

Contatos SP: imprensacl@terra.com.br (11) 3835.7205   -   Entrevistas: (11) 99653.0651

Cine Dica: INFORMATIVO FÊNIX FILMES:(semana 22/06 a 28/06)

Narda Staël Gracine
Assessoria de Imprensa
Fênix Distribuidora de Filmes
Telefones: 21 2533-7069 / 2283-5166

segunda-feira, 26 de junho de 2017

Cine Dica: Em Cartaz: DIVINAS DIVAS




Sinopse:O documentário acompanha o reencontro das artistas para a a montagem de um espetáculo, trazendo para a cena as histórias e memórias de uma geração que revolucionou o comportamento sexual e desafiou a moral de uma época.
Numa das passagens mais significativas desse documentário comandando por Leandra Leal (O Lobo Atrás da Porta), é dito que, em décadas passadas, os artistas travestis brasileiros tinham trabalho garantido, por exemplo, em shows de grandes teatros. Em tempos de hoje, infelizmente, muitos não conseguem um emprego como esse, mas sim em outras áreas como da prostituição. Não deixa de ser irônico esse pensamento, já que a era de ouro de inúmeros travestis de grande talento surgiram justamente nos tempos de chumbo, onde havia censura, repreensão, medo, mas não impediu que essas figuras cheias de brilho ganhassem luz própria.
Crescendo em uma família da qual investiu pesado na área artística, como no Teatro Rival do RJ inaugurado em 1934, Leandra Leal decidiu então criar um documentário do qual, por exemplo, explorasse um olhar pessoal de seus anos assistindo a esses shows e dos quais surgiram então os primeiros grandes artistas travestis do Brasil. Rogéria, Jane Di Castro, Divina Valéria, Camille K, Eloina dos Leopardos, Fujika de Halliday, Marquesa e Brigitte de Búzios são as estrelas que enchem a tela. Em pouco mais de uma hora e meia, testemunhamos suas histórias através de seus depoimentos, onde o presente e o passado se entrelaçam e formando então um mosaico de histórias cheias de significado.
Embora seja o seu primeiro longa metragem atrás das câmeras, Leandra Leal demonstra total controle na direção, ao focar exclusivamente essas figuras cheias de talento e fazendo com que elas fiquem a vontade  para colocarem para fora as suas reais personalidades. Embora não aparecendo nas entrevistas, Leandra surge em alguns momentos em narração off, onde as suas palavras possuem um peso de história, da qual precisava ser contada e sintetizando esses momentos em cenas chaves do documentário: a cena em plano sequência onde a câmera da cineasta foca as personagens indo em direção ao teatro é o melhor exemplo desse feito. 
Assim como outros filmes como Dzi Croquettes, onde se explora os shows daquele período, o documentário é recheado de cenas da época, tanto das apresentações vistas no teatro, como também de alguns que ousaram se arriscar na TV e obtendo um grande sucesso. É claro que não faltam momentos nos depoimentos onde se escancara situações das quais esses talentos sofreram preconceito, tanto vindo da sociedade, como também vindo de suas próprias famílias. Porém, isso não impediu que eles seguissem em frente, pois o sonho do estrelado e ter o direito e ir e vir da maneira que quisessem falou mais alto.
Em dias atuais, onde o preconceito surge na imagem de políticos que se dizem cidadãos de bem, Divas Divinas é um registro histórico de um período, onde a intolerância desenfreada não impedia que o talento aflorasse nesse grupo de artistas e para que assim conseguissem a sua luz própria.   




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Cine Dica: Programação de cinema da Casa de Cultura Mario Quintana dos dias 22 a 28/06/2017

 SEGUNDA-FEIRA NÃO HÁ SESSÕES
Mulher do Pai entre as estreias na sala. 


SALA 1 / PAULO AMORIM

15h30 – UNA
(Estados Unidos/Canadá, 95min, 2016). Direção de Benedict Andrews, com Rooney Mara, Ben Mendelsohn, Riz Ahmed. Mares Filmes, 14 anos. Drama.

Sinopse: Quinze anos depois de ser abusada sexualmente por um vizinho, Una resolve confrontar seu trauma. Ela vai ao escritório de Ray buscando respostas para o que aconteceu, o que traz à tona um passado de segredos e sentimentos não revelados. O filme é baseado na peça “Blackbird”, de David Harrower.

17h15 – O CIDADÃO ILUSTRE
(El Ciudadano Ilustre – Argentina, 120min, 2017). Direção de Mariano Cohn e Gastón Duprat, com Oscar Martinez, Dady Brieva e Andrea Frigerio. CineArt Filmes, 14 anos. Drama.

Sinopse: O escritor argentino Daniel Mantovani, vencedor do Prêmio Nobel, aceita voltar ao povoado onde nasceu para receber o título de Cidadão Ilustre. Ele mora há mais de quatro décadas na Europa e nunca mais havia visitado sua terra natal – um reencontro que vai gerar algumas situações constrangedoras para o autor e velhos amigos.

19h30 – A FILHA
(The Daughter – Austrália, 95min, 2015). Direção de Simon Stone, com Geoffrey Rush, Anna Torv, Miranda Otto, Paul Schneider. Supo Mungam Filmes, 16 anos. Drama.

Sinopse: Christian volta à casa de sua família depois de muitos anos para acompanhar o casamento do seu pai Henry, com quem nunca se deu muito bem. Ele também reencontra um amigo de infância, o que vai trazer à tona um segredo do passado que podem prejudicar a todos. O filme é baseado na peça “O Pato Selvagem” (1884), do dramaturgo norueguês Henrik Ibsen.
 

 
SALA 2/ EDUARDO HIRTZ

15h15 e 19h – MULHER DO PAI (ESTREIA)
(Brasil, 95min, 2017). Direção de Cristiane Oliveira, com Maria Galant e Marat Descartes. Vitrine Filmes, 14 anos. Drama.

Sinopse: O primeiro longa da diretora gaúcha foi rodado na fronteira do Brasil com o Uruguai e gira em torno de Nalu, uma adolescente que precisa cuidar de Ruben, seu pai, que ficou cego há alguns anos. É um cotidiano simples, de cidade do interior, mas tudo começa a mudar quando uma nova professora do povoado se interessa por Ruben.
  
17h – STEFAN ZWEIG: ADEUS, EUROPA
(Stefan Zweig: Farewell to Europe - Áustria/Alemanha/França, 105min, 2016). Direção de Maria Schrader, com Josef Hader, Tomas Lemarquis, Barbara Sukowa. Esfera Filmes, 12 anos. Drama.

Sinopse: Em 1936, o escritor austríaco Stefan Zweig fugiu do nazismo na Europa e veio para a América. Ele viveu nos Estados unidos e na Argentina, mas se apaixonou mesmo pelo Brasil, fixando residência em Petrópolis, no Rio de Janeiro. Mas Zweig nunca se conformou com a intolerância e os extremismos que tomaram conta da Europa nos tempos de Hitler e cometeu suicídio, junto com a mulher, em 23 de fevereiro de 1942.
 

SALA 3 / NORBERTO LUBISCO

15h15 – A FILHA AMERICANA
(Rússia, 1995, 94min). Direção de Karen Shakhnazarov, com roteiro de Aleksandr Borodyansky. MosFilm, 14 anos. Drama.

Sinopse: Dez anos depois de ser abandonado pela mulher, que foi morar nos Estados Unidos, um músico russo viaja à terra do Tio Sam disposto a restabelecer os laços com a filha pré-adolescente.  O longa integra a série Cinema Soviético, com títulos do famoso estúdio MosFilm.
 
17h – ARGENTINA
(Argentina/França/Espanha, 2015, 90min). Documentário com direção de Carlos Saura. Imovision, Livre.

Sinopse: Depois de filmes como “Tango”, “Iberia” e “Fados”,  o diretor espanhol investiga o folclore argentino. O documentário revisita a cultura musical do país vizinho desde o passado até os dias atuais, com participações de Mercedes Sosa, Juan Falú, Pedro Aznar, Soledad Pastorutti e Luis Salinas.


19h – SOBRE VIAGENS E AMORES
(L'estate Addosso – Itália/EUA, 105min, 2016). Direção de Gabriele Muccino, com Matilda Lutz, Brando Pacitto, Joseph Haro. Lança Filmes, 14 anos. Drama.

Sinopse: Maria e Marco são dois jovens italianos que embarcam numa jornada de transformação e descobertas pela costa oeste dos Estados Unidos. Na liberal San Francisco, eles são recebidos pelo casal gay Matt e Paul, com quem aprendem muito sobre amores e comportamento.
 
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