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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e Diretor de Comunicação e Informática do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Cine Dica: Em Cartaz: Procura-se um Amigo para o Fim do Mundo



Sinopse: Dodge (Steve Carell) foi abandonado pela esposa após descobrir que um meteoro se chocará com a Terra em um curto espaço de tempo. Decidido a recuperar o tempo perdido, ele sai numa viagem para encontrar uma namorada dos tempos de escola e acaba conhecendo Penny (Keira Knightley) no meio dessa confusa história.

Nas vésperas para o final do mundo (a quem diga que todos nos iremos dessa para melhor em 21 de dezembro desse ano), era inevitável que o cinema norte americano aproveitasse desse assunto, que embora já tenha rendido todos os tipos de inúmeros filmes catástrofes, sempre irão procurar uma forma de se criar uma nova historia para gerar algum lucro. Embora muitos comparem esse filme com a obra prima Melancolia de Lars Von Trier, a produção se envereda mais para um humor não exatamente definido, que por ora lembra humor negro ou pastelão e o que acaba criando certa irregularidade no decorrer da trama.
Mesmo com essa indefinição de tom da historia, o filme dirigido pela estreante Lorene Scafaria, consegue passar uma proposta que soa honesta em alguns momentos, em como mostrar o que realmente às pessoas fariam numa situação como essa: desde a beber, transar, ou simplesmente não fazer nada e esperar o inevitável fim. Neste ponto, somos apresentados a Dodge (Steve Carell), que não sabe o que irá fazer em seus últimos dias de vida, principalmente se sentindo meio que perdido, desde que a esposa o abandonou. Neste trajeto, conhece Penny (Keira Knightley), e que dessa união, nasce uma decisão de ambos caírem na estrada em meio ao caos, onde cada um tem o seu objetivo a ser resolvido antes do inevitável fim. O filme se torna interessante, quando dupla se depara com inúmeras situações inusitadas durante a viagem, onde sempre encontram pessoas, que agem das formas mais estranhas perante o que está por vir.
Mas o foco principal está mesmo entre os dois e suas motivações. Sabemos desde os primeiros minutos, que eles naturalmente irão se apaixonar, mas até lá, ambos vivem num dilema se devem realizar os seus objetivos antes do fim, ou se entregar a união dos dois. Embora previsível neste aspecto, acabamos nos simpatizando pelo casal, principalmente por nos convencer a nos colocarmos no lugar deles, pois tanto eles, como as situações que eles se envolvem são criveis, mesmo quando o filme tenta se enveredar por alguns momentos absurdos. Mas se por um lado Steve Carell se da bem num tipo de humor mórbido (ele já havia demonstrado bem isso em Pequena Miss Sunshine), ainda não foi dessa vez que Keira Knightley demonstrou ser capaz de ter uma boa veia cômica. Seus momentos em querer passar humor acaba por soar caricato demais, principalmente em que ela passa uns trejeitos e careta meio incômodos, algo que já sinto algum tempo vindo dela, desde o filme Um Método Perigoso.
Embora com um final em que o publico em geral não esteja muito acostumado habitualmente, o filme é previsível, mas não tinha como ser muito diferente disso. O filme talvez nada mais seja, do que uma forma de dizer para nos, que poucos podem fazer algo a respeito a esse tipo de situação, a não ser ficar ao lado daqueles que amamos. Mórbido, mas sincero.   


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Cine Especial: A nova Hollywood: Parte 16


Os Embalos de Sábado a Noite

Sinopse: Tony Manero é um jovem sem perspectivas de vida, que só vê razão na sua existência quando está em uma pista de dança. Lá ele é o maioral, mas começa a questionar sua vida através da influência de algumas pessoas que o rodeiam.

Primeiro grande sucesso da carreira de John Travolta no cinema, que na época, já havia chamado atenção, pelo seu desempenho em Carrie: A Estranha e pelo filme da TV O Menino da bolha de plástico. Foi também sua primeira indicação ao Oscar, ao interpretar o papel do suburbano Tony Manero. O diretor John Badham erotiza ao máximo as seqüências de dança e as entremeia com dramas banais da época. É um filme que soube sintetizar aquele período em que os jovens estavam passando, em não saber ao certo qual o caminho percorrer sem se machucar num eventual escolha errada no percurso.
É claro que atualmente, quando se fala em Os Embalos de Sábado a Noite, não tem como não deixar de se lembrar das inúmeras musicas que tocam durante a trama. Todas compostas pelos geniais Bee Gees, que fizeram dessas musicas seus maiores sucessos de suas carreiras. A discoteca morreu, mas as musicas e as cenas de Travolta dançando se tornaram imortais e um dos maiores símbolos dos anos 70.      

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quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Cine Especial: SERGIO LEONE - ERA UMA VEZ O SPAGHETTI WESTERN: Parte 2


Nos dias 15 e 16 de agosto, estarei participando do curso SERGIO LEONE - ERA UMA VEZ O SPAGHETTI WESTERN, criado pelo CENA UM e ministrado pelo professor Rodrigo Carreiro. E enquanto os dois dias não vêm, por aqui, estarei escrevendo um pouco sobre o que eu sei desse  cineasta, que deu novo status para o gênero do Western e que se sente isso até hoje.    

POR UM PUNHADO DE DÓLARES


Sinopse: Um lacônico e estranho pistoleiro sem nome enfrenta perigos e revela um invulgar talento em lidar com armas de fogo.

Divertido e violento filme do diretor Sergio Leone que criou o melhor do gênero faroeste espaguete. Sua bem sucedida trilogia com Eastwood (até então coadjuvante nos EUA) prosseguiu com Por Uns Dólares a Mais(65) e Três Homens e um Conflito(66). Salto a vista (principalmente para o cinéfilo de carteirinha), o filme é uma refilmagem do clássico O Guarda Costas de akira kurosawa, o que acabou gerando problemas para Leone, pois ele fez essa adaptação com Kurosawa não sabendo disso.
Com esse papel de protagonista, Eastwood se consagraria como ator, e se tornando uma das grandes lendas do gênero do faroeste, tanto, que seu personagem seria inúmeras vezes homenageado, seja em filmes como De Volta para o Futuro 2 e 3 e recentemente Rango. O filme também marcaria o primeiro sucesso da carreira do Italiano Gian Maria Volonté, onde tanto neste como em Por um Uns Dólares Amais, faria vilões fascinantes.   

POR UNS DÓLARES A MAIS

Sinopse: Dois caçadores de recompensa procuram, um deles por motivo pessoal, chefe de bando sanguinário obcecado por uma paixão perdida.

Segundo filme (e meu preferido) da trilogia de Leone e Eastwood, com todos os elementos narrativos, temáticos e visuais que o principal diretor do faroeste espaguete consolidou posteriormente em Era Uma Vez no Oeste. Guarda ainda o antigo charme das antigas matines de antigamente. Embora possa parecer que Clint Eastwood seja o protagonista, ele acaba por se tornar coadjuvante, perante a presença magnética de  Lee Van Cleef, que faz um veterano caçador de recompensa em busca de vingança.  
Mas quem da um verdadeiro show de interpretação, é mesmo   Gian Maria Volonté com seu personagem  El Indio, um bandido completamente enlouquecido e cheio de carisma. As cenas em que ele desafia seus oponentes, embalado pelo relógio musical de bolso (cortesia do mestre Ennio Morricone) estão entre as melhores partes do filme.  
  
Três Homens e Um Conflito

Sinopse: Três bandoleiros "ajudam-se" e enganam-se mutuamente, tentando se apossar de uma fortuna em dólares durante a Guerra Civil americana. 

Ultima parte da trilogia de Leone com Eastwood. Um verdadeiro espetáculo, divertido, ruidoso, movimentado, bonito e com um final antológico. Curiosamente, foi apartir desse que os americanos conheceram essa trilogia dos dólares de Leone, o que fez com que os outros filmes anteriores viessem em território americano e fizessem um grande sucesso. Por retratar o período da Guerra Civil Americana, se percebe que é o filme que mais se gastou no orçamento, e que acabou gerando inúmeras cenas antológicas, embalado com uma excelente fotografia em tons pastel.
O inicio do filme é antológico, onde se apresenta gradualmente o trio central da trama, que por um momento, o espectador se sente enganado e surpreso, pelo fato de Leone jogar personagens na tela, onde aparentemente eles serão os protagonistas, para então serem descartados e finalmente ser apresentados os (anti)heróis da trama. Dos três,  Eli Wallach é que da o verdadeiro show em cena, ao criar o seu personagem (o feio) um ser ambicioso, mas que não há como não rir das situações que ele se mete, principalmente quando acaba se tornando um bobo da corte, perante a esperteza do personagem (o bom) de Eastwood. Lee Van Cleef (o mal) retorna para o universo de Leone, com um personagem que visualmente, não é muito diferente do que foi visto no filme anterior, mas suas motivações acabam ganhando um grande contraste, principalmente em sua genial primeira cena.
Como eu disse acima, o final reserva um duelo espetacular, fechando a trilogia com chave de ouro, e fazendo Leone adquirir  novos projetos que ele faria no decorrer dos anos, como a sua trilogia pessoal sobre a America que se iniciou em Era uma vez no Oeste.    


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Cine Especial: LUTO: Michael Clarke Duncan (1957 – 2012)

A primeira vez que eu vi, foi na superprodução Armageddon, e mesmo sendo coadjuvante, ele se destacou não só pelo tamanho e força, mas por passar uma doçura incomum. Esses dotes foram suficientes, para conseguir o papel que o consagraria em A Espera de um Milagre(veja a baixo), mas que infelizmente não foi o suficiente para que ele ganhasse mais papeis que explorassem outras facetas como ator. Duncan se foi, mas sempre nos lembraremos com carinho, daquele grandão milagroso que passava esperança para todos.        

À Espera de um Milagre

Sinopse: 1935, no corredor da morte de uma prisão sulista. Paul Edgecomb (Tom Hanks) é o chefe de guarda da prisão, que tem John Coffey (Michael Clarke Duncan) como um de seus prisioneiros. Aos poucos, desenvolve-se entre eles uma relação incomum, baseada na descoberta de que o prisioneiro possui um dom mágico que é, ao mesmo tempo, misterioso e milagroso.

Frank Darabont  pegou gosto em fazer filmes baseados nas obras de  Stephen King, pois além desse, ele produziu e dirigiu Um Sonho de Liberdade e o impressionante Nevoeiro. Aqui, o gênero fantástico do escritor, se mistura com uma historia de prisão incomum, onde se explora o caráter dos personagens e até onde se pode saber a verdadeira natureza de cada um deles. Paul Edgecomb (Tom Hanks, ótimo como sempre) se depara com um terrível dilema, que é cumprir o seu dever, e levar um dia ao corredor da morte, John Coffey (Michael Clarke Duncan), que surpreendentemente,  passa uma bondade incomum (mesmo com um tamanho e força que intimide) e por possuir dons de cura.
Sendo um filme de prisão, encontramos os típicos elementos básicos, como um carcereiro que não vale nada e elementos que fazem agente se simpatizar com cada um dos prisioneiros.  O que rouba cena (fora a interpretação estupenda de Duncan) é a presença de um simpático ratinho, que irá acabar se tornando peça chave indispensável da trama. Na época de lançamento, o filme acabou não ganhando o merecido reconhecimento (mesmo sendo indicado a 4 Oscar), mas acabou ganhando prestigio, conforme os anos foram passando. Atualmente, está na lista das melhores adaptações das obras de Stephen King para o cinema. 



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terça-feira, 4 de setembro de 2012

Cine Especial: CINEBANCÁRIOS EM NOITE ALUCINANTE: FINAL



Aproveite pessoal, pois é hoje, às 19h30 no CineBancários de Porto Alegre, há sessão especial (com entrada franca) do o filme Uma Noite Alucinante 2, comentada por André Kleinert, diretor de Programação do Clube de Cinema da capital e autor do blog Antidicas de Cinema, e Cristian Verardi, crítico de cinema e autor do blog Cinema Ex-machina. Lembrando, que a trilogia completa do cineasta Sam Raimi, será exibida na sala de hoje á 09 de setembro.
Mas enquanto a noite não chega, relembremos um pouco, cada filme desse cultuado diretor, que fortaleceu o termo “terrir”dentro do gênero de terror. 

Darkman - Vingança Sem Rosto

Sinopse: O cientista Peyton Westlake descobriu a fórmula para criar pele sintética, o problema é que ela dura apenas 100 minutos sob exposição da luz. Quando criminosos atacam seu laboratório, ele é dado como morto, mas na realidade ele se transforma em Darkman, e passa a buscar vingança. O problema é que seus disfarces duram somente 100 minutos cada.

Após a trilogia de Uma Noite Alucinante, Raimi voltou com carga total neste filme impressionante, de produção mais empenhada e cara, do qual também é o autor da historia e co-roteirista. O filme em si, lembra as antigas HQ, com um ritmo veloz e a cara (como sempre) quase frenética.      

Rápida e Mortal

Sinopse: Uma mulher misteriosa cavalga até a cidade de Redemption. Carrega na cintura seu revólver e uma sede de vingança que incendeia seu coração. Ela vem para matar o poderoso da cidade, o homem que tornou a sua desolada como o deserto que agora ela atravessa. Mas os demônios que a levaram para este mortal conflito são os mesmos que a colocaram numa situação limite; e o estranho é que pode ser a única a cair morta ao final do acerto de contas.

Homenagem ao western spaghetti eternizado por Sergio Leone, o filme cita seus enquadramentos e a trilha sonora de Ennio Morricone. É também o ultimo trabalho de Woody Strode, a quem é dedicado. O filme tem vários atrativos, como Gene Hackman, em sua boa fase após ter ganho um Oscar pelo Os Imperdoáveis e Leonardo DiCaprio mostrando que iria longe na carreira. Porém, o filme tem alguns problemas, como fato de já termos uma idéia do seu final, e de Sharon Stone não convencer como protagonista neste tipo de filme.               

O Dom da Premonição

Sinopse: Annie Wilson é uma vidente, viúva e mãe de 3 filhos que herdou da família um poder sobrenatural: um dom que lhe permite ver o que irá acontecer no futuro. Só que, em uma visita ao colégio por causa de mais uma briga de seu filho Mike, ela se encontra com o bondoso professor e sua noiva Jessica, e tem uma de suas clarividências ao ser questionada sobre o futuro do relacionamento. Guardando para si a imagem ruim que viu. Quando Jéssica é encontrada morta, a única chance da polícia pegar o culpado é utilizando da capacidade de Annie, mesmo que muitos duvidem dela.

Este drama de suspense sobrenatural prova mais uma vez que Raimi é um ótimo diretor de imagens e climas. Ele contou aqui  com ajuda da impressionante interpretação de Kate Blanchett (Elizabeth), perfeita em postura e sotaque como uma vitima de seu próprio dom, procurada por uns, discriminada por muitos. Apesar da tensão ser bem construída, é inevitável notar a previsibilidade da historia, co-autoria de Billy Bob Thornton (na época, conhecido por ter ganhado o Oscar de roteiro por Na Corda Banda). Fosse mais bem escrito, o filme seria um fascinante exercício de mistério. Do jeito como ficou, apenas diverti e sem maiores exigências.  

TRILOGIA HOMEM ARANHA
Leia minha critica já publicada clicando aqui.  

Arrasta-me para o inferno
Leia minha critica já publicada clicando aqui.

Leia também: CineBancários em noite alucinante: Partes 1, 2 e 3


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segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Cine Especial: SERGIO LEONE - ERA UMA VEZ O SPAGHETTI WESTERN: Parte 1



Nos dias 15 e 16 de agosto, estarei participando do curso SERGIO LEONE - ERA UMA VEZ O SPAGHETTI WESTERN, criado pelo CENA UM e ministrado pelo professor Rodrigo Carreiro. E enquanto os dois dias não vêm, por aqui, estarei escrevendo um pouco sobre o que eu sei desse  cineasta, que deu novo status para o gênero do Western e que se sente isso até hoje.   


 SERGIO LEONE E SUA ÓPERA NO OESTE:
CINEASTA FOI UM DOS  QUE RESGATOU A  GRANDEZA DOS WESTERNS CLÁSSICOS COM HISTÓRIA DE VINGANÇA INFLUENCIADA PELA ÓPERA.
Se tiver um filme que represente a filmografia de Leone como um todo, esse filme é Era uma vez no Oeste.  É curioso que um dos principais artífices do mais americano dos gêneros seja um italiano que nunca fez muita questão de aprender uma palavra sequer em inglês, pois em sua opinião não era necessário, pois já compreendia o gênero pela sua essência como um todo. Apaixonado por westerns desde a juventude, Sergio Leone decidiu inovar esse gênero (nos anos 60 já meio desgastado), injetando uma espécie de humor negro, um lado mais cru e com  personagens ambíguos, em que os status de bem e mal não eram suficientes para defini-los.     
A trilogia dos dólares trouxe reconhecimento e respeito ao cineasta até então desconhecido aos olhos do mundo. Composta por Um Punhado de Dólares (refilmagem não autorizada de O Guarda Costas de Akira Kurosawa), Por uns Dólares a Mais (meu preferido dos três) e Três Homens e um conflito, todos estrelados pelo até então cara novo Clint Eastwood e rodados na Itália. Sobretudo nos dois primeiros, a ação é ininterrupta e há pouco espaço para os diálogos, mas para muitos, Três Homens e um Conflito é o melhor dos três, mesmo possuindo inúmeros momentos de pausa, sem dialogo, mas tudo em volta de um duelo psicológico entre os protagonistas, que acabou rendendo inúmeros elogios e que serviria de base para o que viria depois na filmografia de Leone.  
 Todos fizeram bastante sucesso nos Estados Unidos, levantando a moral do gênero daquela época e o que levou a Paramount a oferecer ao diretor um orçamento bem generoso para rodar um filme no qual mal sabiam que se tornaria uma obra prima. Leone por sua vez, não estava nem um pouco interessado em fazer mais um western ou ficar rotulado como um cineasta de um único gênero. Naquele tempo, ele planejava trabalhar na adaptação de um livro que, anos depois, resultaria em Era uma Vez na America (1984), mas aceitou mais um desafio, somente por existir uma possibilidade de criar uma trilogia sobre a America (completada por Quando Explode a Vingança).
Para a alegria de todos, trabalharam no roteiro de Era uma vez no Oeste, dois importantes nomes do cinema Italiano, Bernardo Bertolucci e Dario Argentino (famoso por filmes de terror). Na trama, Três pistoleiros, entre eles o temido Frank (Henry Fonda, em seu primeiro papel de vilão e um dos melhores de sua carreira), são enviados para convencer um fazendeiro a ceder suas terras para a construção de uma enorme ferrovia que cruzará o oeste. Acabam matando o homem e seus filhos, numa seqüência magistral, onde gradualmente é mostrado quem são os assassinos, sendo que na época, os americanos ficaram chocados quando deram de cara com Henry Fonda sendo o vilão e matando a sangue frio a criança da família com um tiro. A viúva Jill,(Claudia Cardinale no auge da beleza), recém chegada do leste e em busca de riquezas, decide ficar nas terras e se une a um pistoleiro misterioso (Charles Bronson, como mocinho) para ajudá-la na vingança. Também recebe ajuda do ambíguo Cheyenne (Jason Robarts).
Falando assim, parece até muito simples, mas quem espera  encontrar aqui o ritmo veloz da trilogia dos Dólares, vai se assustar. Era uma vez no Oeste é um filme que se eleva a níveis de uma opera  (embalado pela trilha inesquecível de Ennio Morricone, fiel colaborador de Leone), grandioso, lento (a abertura, em que os três homens esperam um trem dura 14 minutos, sem diálogos) e marcado por closes no rosto dos atores na cena de tiroteio. As filmagens tiveram lugar na Espanha e no Monument Valley, nos Estados Unidos, cenário dos grandes clássicos de John Ford como no Tempo das Diligencias e Rastros do Ódio. Logicamente, uma espécie de homenagem de um mestre ao outro.         
Embora sua longa duração, é um filme que passa rapidamente, graças a um roteiro bem construído, direção magistral de Leone e momentos chaves nos quais entraram para historia do cinema. Curiosamente, o filme não foi muito bem recebido na época de sua estréia em território americano, mas gradualmente foi conquistando cinéfilos, que foram entendendo a proposta que o diretor queria passar, que nada mais era do que uma declaração de amor ao gênero, de suas varias fases de sua historia e culminando com um fim melancólico, mas justo. Se por um lado os americanos demoraram um pouco a compreendê-lo, em Paris, o filme ficou em cartaz mais de 40 semanas em uma sala na época, pois as pessoas não paravam de ir vê-lo duas ou três vezes.  
Assim como Stanley Kubrick, Sergio Leone dirigiu pouco (nove filmes), mas falou muito em cada uma de suas obras, e por isso mesmo, merece ser redescoberto pela nova geração de cinéfilos que preza a gostar de diversos filmes não importando qual a sua época distinta. 


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Cine Dica: Em DVD e Blu-Ray: PARAÍSOS ARTIFICIAIS

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