Quem sou eu

Minha foto
Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e Diretor de Comunicação e Informática do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

Pesquisar este blog

segunda-feira, 5 de março de 2018

Cine Dica: Em Cartaz: Projeto Flórida

Sinopse: Moonee, uma agitada garotinha, faz novas amizades nas redondezas dos parques Disney. Ela vive com a mãe em uma hospedagem de beira de estrada e as duas contam com a proteção do gerente Bobby na batalha diária pela sobrevivência.

Quando Cavaleiro das Trevas foi excluído na categoria para melhor filme em 2009, os membros da academia sofreram severas críticas, ao ponto de expandir a categoria de cinco para até dez concorrentes. Oficialmente, eles disseram que queriam dar mais espaço aos filmes independentes, o que não aconteceu, já que só nos últimos anos é que pequenos mas grandes filmes começaram a concorrer e a ganhar nas categorias principais. Contudo, embora os filmes como Lady Bird e Corra sejam os principais representantes do cinema independente nesse ano no Oscar, é o filme Projeto Flórida que deveria ter sido melhor reconhecido, pois é um cinema amador, marginal e extremamente humano.
Dirigido por Sean Baker ( conhecido por ter filmado com câmera de celular o filme Tangerine), a trama  se passa o subúrbio de Orlando, na Flórida, em uma área com muitos hotéis e complexos baratos, o filme se concentra na história de uma jovem mãe e sua filha. A mãe, Halley (Bria Vinaite), uma jovem que tem dificuldade de se manter. Sem emprego, ela vive entre pequenos bicos e golpes e da ajuda de amigos. A filha, Moonee (Brooklynn Prince), é uma garota de seis anos que, durante as férias de verão, vaga pela região com amigos. Com uma mãe politicamente incorreta, mas de um imenso coração, a menina também não tem papas na língua e age de forma inconsequente, perturbando a rotina local.
Elas vivem em um hotel simples, que é administrado por Bobby (Willem Dafoe), um sujeito simples e dedicado, que se preocupa com os hóspedes/moradores do local, mas ao mesmo tempo tem que cumprir suas obrigações de funcionário. Ele é constantemente atrapalhado por Moonee, que causas diversos problemas no espaço. Mas também nutre uma relação de carinho bem especial com as crianças do espaço.
Do começo ao fim, Sean Baker usa a sua câmera quase de uma forma amadora, onde ela somente tem um único objetivo, que é focar ao máximo o dia a dia daqueles habitantes humildes e que tentam ser felizes com o pouco que eles tem.  É a partir do olhar das crianças, por exemplo, que nos damos conta de como a simplicidade do dia a dia pode render algo muito mais significativo do que estar num lugar de entretenimento criado pelo capitalismo. A Disneyland se encontra logo ali, mas ela pouco tem a oferecer para os pequenos protagonistas, que já se divertem com simplicidade e com tudo de bom que uma amizade inocente tem a oferecer.
Do elenco adulto, Willem Dafoe se sobressai num papel simples, mas do qual se mistura com o ambiente e a proposta principal dessa pequena obra. Seu personagem Bobby é uma pessoa responsável em manter as regras no condomínio onde trabalha, mas não conseguindo esconder a sua preocupação pelo bem estar daqueles que vivem por lá. Em muitos casos, principalmente quando se preocupa pelo bem estar das crianças, sua fachada de durão se desfaz e revelando uma pessoa que vai muito mais além do que tem a oferecer.
Mas se o personagem de Willem Dafoe é o coração como um todo, a mãe e a filha da trama são a alma do filme. Em seu primeiro grande papel no cinema, a jovem atriz  Bria Vinaite cria uma personagem imprevisível em suas ações, mas tentando ao máximo lutar pela sobrevivência em seu dia a dia e dar o melhor para a filha, mesmo quando não tem nada a oferecer. Já a pequena Brooklinn Prince, mesmo com pouca idade, nos brinda com uma atuação extraordinária, da qual tanto nos arranca gargalhadas, como também lágrimas, principalmente em sua cena final que com certeza irá amolecer até mesmo o mais duro coração. 
Projeto Flórida é um dos melhores filmes do cinema independente recente, por saber nos mostrar pessoas comuns como eu e você e que já são ricas e felizes com o pouco que tem. 


Nenhum comentário: