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Sócio e Diretor de Comunicação e Informática do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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quinta-feira, 4 de janeiro de 2018

Cine Dica: Em Cartaz: LUCKY

Sinopse: LUCKY ilustra a jornada espiritual de um ateu com 90 anos e as personagens peculiares que habitam na sua cidade desértica, no meio de nenhures. Tendo sobrevivido aos seus contemporâneos, o tempestuoso e independente Lucky encontra-se no precipício da vida, enveredando numa jornada de auto-exploração, em direcção ao que costuma ser inatingível: a iluminação.

Em sua estreia como cineasta, John Carroll Lynch cria o filme Lucky (2017), do qual acompanhamos a jornada do personagem homônimo, um tempestuoso, independente, ateu e de 90 anos, que tendo sobrevivido aos seus contemporâneos, confronta sua própria mortalidade e finitude, buscando o que costuma ser inatingível que é a paz interior.
O filme foi o último trabalho do consagrado ator Harry Dean Stanton (Paris Texas), que faleceu em setembro do ano passado, deixando aqui uma de suas melhores interpretações, na qual inevitavelmente vida e arte se confundem, como sempre fizeram na carreira de um ator que disse tantas vezes “não atuar”. Este talvez tenha sido um elemento de aproximação com o personagem, perfeitamente realizado e verossímil.
Os diálogos são bem estruturados, mostrando um roteiro sólido e bem construído. O humor é maduro e inteligente, repleto de ironias e sarcasmos. O diretor John Carroll Lynch afirma ter se baseado na vida de Staton para construir o protagonista de Lucky. Assim como Staton, Lucky também serviu na Segunda Guerra Mundial como cozinheiro em um navio.
É notável o cuidado e a sensibilidade do filme ao contextualizar o cotidiano de Lucky, imbuindo seu primeiro ato com repetições narrativas e estéticas que ganham outros significados à medida em que a história se desenvolve. Lucky aflora sua interioridade e interage com os demais personagens, projetando em todos à sua volta sua visão de mundo, ao mesmo tempo em que as tem completamente abaladas ao experimentar novas sensações e rememorar sua trajetória pessoal.
Não preciso dizer que a atuação de Staton está maravilhosa. O filme conta com a participação de atores incríveis, em especial do cineasta David Lynch (Veludo Azul), que interpreta o personagem Howard. Lucky parece ser construído em cima de uma estrutura simbólica (deserto, o movimento lento do cágado, a cidade aparentemente vazia, etc.), onde tudo corrobora para aumentar a carga dramática do personagem. De fato, uma bela despedida para um grande talento. 

Aonde assistir: Casa de Cultura Mario Quintana, sala Paulo Amorim. Rua das Andradas 736, Porto Alegre. Horário: 19h30.   

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