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Sócio e Diretor de Comunicação e Informática do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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segunda-feira, 25 de dezembro de 2017

Cine Especial: Clube de Cinema de Porto Alegre: Mulheres Divinas

NOTA: filme exibido para os sócios  do Clube de Cinema de Porto Alegre no último sabado (23/12/17)

Sinopse: Suíça, 1971. A jovem dona de casa Nora (Marie Leuenberger) vive com seu marido e seus dois filhos numa pequena aldeia. Até então sua vida era tranquila e não tinha sido afetada com as grandes revoltas sociais e o movimento de 1968, mas, é aí que Nora começa a fazer campanha pelo direito de voto das mulheres.

Em 2015, o filme A Sufragistas retratava a luta de mulheres do Reino Unido em conseguir o direito de votar pela primeira vez em suas vidas. O filme serviu de exemplo para as mulheres de hoje, em buscarem os seus direitos, pois a igualdade entre homens e mulheres é o primeiro passo para a extinção do preconceito em todas as formas. Mulheres Divinas segue uma rota similar, ao mostrar que o conservadorismo tentou frear de todas as formas a liberdade das mulheres, quando na verdade só estavam cada vez mais ficando para trás. 
Dirigido pela cineasta Petra Biondina Volpe, acompanhamos a história da dona de casa Nora (Marie Leuenberger), que vive numa aldeia da Suiça. Sua vida se resume nos trabalhos de casa, desde a cuidar dos filhos, como também do marido e ter que aguentar os pensamentos retrógrados do seu sogro. Porém, os movimentos de 1968 serviram de ponto de ignição para que Nora revele sua outra faceta que estava a tempos adormecida.
Já na abertura do filme demonstra ser primorosa, onde mostra diversos movimentos acontecendo naquele momento, seja na frança ou em outros países e dos quais provava que os ventos da mudança pelo mundo estavam acontecendo com força. Porém, a aldeia onde se passa a história parou no tempo, como se alguém tivesse criado uma redoma de vidro e fizesse com que essas mudanças jamais afetassem os velhos costumes daquele lugar. Esses costumes, aliás, era unicamente manter os homens no controle, acreditando que deveriam ser os únicos a trabalharem fora, terem o controle do dinheiro em casa, enquanto as mulheres tinham como o único papel trabalhar em casa e obedecer os maridos. 
O filme escancara o fato de que, os homens daquele tempo, pelo menos os que viviam no cenário principal da trama, eram na realidade incapazes de fazer qualquer outra coisa com relação aos afazeres de casa. A partir do momento em que as mulheres decidem lutar pelos seus direitos, além de por novas regras no jogo, observamos homens que, antes os donos do poder, acabam por então perder as suas máscaras e revelando suas verdadeiras facetas, não somente como machistas e  retrógrados, como também limitados em seus próprios mundos. Um verdadeiro efeito borboleta, onde mostra que as mudanças vindas da liberdade de expressão e pela igualdade dos direitos iguais veio para fazer de uma sociedade presa aos velhos costumes tendo que encarar  que está mais do que na hora de mudar e amadurecer. 
Marie Leuenberger como a protagonista Nora é a verdadeira alma do filme. Começando como uma mulher com mente aberta, mas presa nos afazeres e nas regras impostas pelo homem, gradualmente testemunhamos ela começar a mudar a partir do momento que toma uma iniciativa consigo própria. Isso é mais do que o suficiente para influenciar as demais mulheres da trama, das quais demonstravam desejo por maior liberdade, mas nunca tinham um pingo de coragem. Contudo, embora boa parte dos homens da trama demonstrem estarem dispostos a irem contra essa mudança, é singelo o desempenho de Maximilian Simonischek ao interpretar o marido de Nora que, gradualmente, vai lidando com as ondas da mudanças e descobrindo um lado de si próprio que até então desconhecia. 
Embora com alguns momentos previsíveis, Mulheres Divinas é uma deliciosa produção de época, cuja sua mensagem soa forte em nossa realidade contemporânea. 


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