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Sócio e Diretor de Comunicação e Informática do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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domingo, 1 de outubro de 2017

Cine Dica: Em Cartaz: Pendular

Sinopse: Um jovem casal se instala em um grande galpão industrial abandonado. Uma fita laranja colada ao chão separa o espaço em duas partes iguais: à direita um atelier de escultura; à esquerda um espaço de ensaio de dança. Pendular acontece neste ambiente, onde arte, performance e intimidade se misturam; e onde os personagens perdem aos poucos a capacidade de distinguir entre seus projetos artísticos, o passado de cada um e sua relação amorosa.

No filme Histórias que só Existem quando Lembradas, a cineasta Júlia Murat já demonstrava abilidade na criação de cenas sutis e das quais ficavam em aberto para que o cinéfilo interpretasse da maneira que quisesse.  Em Pendular, acompanhamos um casal formado por um artista plástico (Rodrigo Bolzan, de Animal Político) e uma dançarina (Raquel Karro) que vão morar em um galpão industrial abandonado. O local servirá tanto como lar ateliê para ambos.
O filme nos brinda com belas cenas simbólicas, das quais podem ser interpretadas como uma forma de representação da maneira como se encontra os conflitos internos dos personagens. Gradualmente a trama destaca esses conflitos entre os protagonistas que, tanto se destaca em suas diferenças criativas, como também a possiblidade de uma futura maternidade. Porém, o cenário onde se passa a trama principal se torna uma espécie de terceiro personagem que, por vezes, se torna um reflexo sobre a relação de ambos e gerando mais perguntas do que respostas com relação ao futuro de ambos.
O edifício, por exemplo, é formado por cenários vazios, mas dos quais se encontram objetos perdidos, onde eles guardam histórias já esquecidas pelo tempo. O mistério de um cabo de aço que percorre os cômodos se torna um verdadeiro mistério e sendo interpretado das mais diversas formas. Por fim, há divisão do cenário, onde cada um faz o seu trabalho individualmente, se tornando então uma pequena mostra das personalidade de ambos e do qual não esconde um certo grau de prepotência de ambas as partes.
Mesmo com suas imagens sutis, das quais levatam mais dúvidas do que respostas, o filme também reserva momentos de maior explosão e que vão contra ao que a gente espera num primeiro momento. As cenas de dança são de uma verdadeira beleza, onde comprova as infinitas possiblidades com relação ao corpo, mas são nas cenas de sexo entre o casal que realmente surpreende. Essas cenas, aliás, possuem um teor cru, sem nenhum refinamento e sintetizando os desejos carnais dos mais primitivos do ser humano. 
Por fim,  Pendular comprova o grande talento da cineasta  Júlia Murat, onde soube criar momentos tanto sutis, como também momentos de forte impacto e nascendo então um mosaico sobre os relacionamentos contemporâneos e com alto teor crítico visual. 

Onde assistir:
Cinebancários:R. Gen. Câmara, 424 - Centro, Porto Alegre. Horários: 15h e 19h.  Espaço Itaú de Cinema Porto Alegre: Av. Túlio de Rose, 80 - Passo d'Areia, Porto AlegreHorário: 19h50. 


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