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Sócio e Diretor de Comunicação e Informática do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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terça-feira, 26 de setembro de 2017

Cine Dica (breve em cartaz): O Fantasma da Sicília



Sinopse: Na Sicília, o adolescente Giuseppe desaparece de uma pequena vila próxima à floresta. Sua amiga Luna recusa-se a aceitar seu misterioso desaparecimento e tenta encontrá-lo através de um portal para o mundo sombrio que o tragou. Uma história verdadeira envolvendo um seqüestro cometido pela máfia siciliana, porém, contada como se fosse uma fábula gótica.
Adaptar fatos verídicos é sempre uma faca de dois rumes, pois às vezes se tem interesse em ser fiel aos fatos, mas acaba com que o filme perca a sua personalidade cinematograficamente falando. Porém, as vezes a criatividade de cineastas e roteiristas contorna esse dilema, sendo fiel aos fatos, mas romanceando e tornando o projeto mais receptivo. O Fantasma da Sicília é puro cinema, mas que respeita os fatos verídicos dos quais se baseou e ao mesmo tempo criando um fio de esperança mesmo dentro de uma realidade nua e crua retratada na tela.
Na Sicília dos anos 90, Luna (Julia Jedlikowska) e Giuseppe (Gaetano Fernandez) são grandes amigos, cuja essa amizade começa a florescer algo a mais. Porém, Giuseppe desaparece e fazendo com que Luna se desespere em sua procura. Não demora muito para que ela tenha que lidar com a dura realidade de sua perda e que somente com sua persistência e amor pelo amigo é o que poderá fazê-la com que se torne mais forte perante a situação.
Começando como cineastas de curtas metragens, Fabio Grassadonia e Antonio Piazza demonstram habilidade na direção, principalmente na forma como eles apresentam a trama. Sem os já costumeiros créditos de abertura dizendo que a trama é baseada em fatos verídicos, o filme acaba nos surpreendendo pela forma na construção da narrativa, onde não fica claro num primeiro momento o que realmente aconteceu a Giuseppe. A primeira vista parece que estamos vendo um filme sobre um fantasma, ou que tudo não passa de uma imaginação fértil vinda de Luna e assim quebrando com a nossa compreensão com relação sobre o que está realmente acontecendo.
Só iremos nos dar conta dos verdadeiros fatos ao término do primeiro ato e é onde Luna começa sua real obsessão pela busca de seu amigo. Julia Jedlikowska dá um verdadeiro show de interpretação, sendo que ela consegue transmitir através de sua personagem uma aura de confusão mental, mas contida e da qual lhe faz seguir em frente até o fim. Ao mesmo tempo presenciamos os dias fatídicos de Giuseppe como prisioneiro num porão qualquer da Sicília e Gaetano Fernandez nos passa uma interpretação singela e até mesmo conseguindo  amenizar os doloridos dias que o seu jovem personagem passa.
Mas se no primeiro ato os cineastas nos surpreendem, do segundo em diante tudo o que é visto deve ser apreciado com desconfiança, já que realidade e fantasia se fundem a todo o momento. Aliás, o clima da produção nos passa uma sensação de fábula gótica, como se a jovem protagonista tentasse se prender a uma realidade da qual houvesse esperança em reencontrar o seu amigo. Uma vez que esse fio de esperança se rompe ao dar de encontro com o mundo real, há então um rompimento brusco e do qual testemunhamos a trágica verdade.
Porém, os minutos finais nos reservam múltiplas emoções, das quais nos trás um frescor de esperança, Pode parecer pouco corajoso, ou que não faça nenhum sentido com que até ali havia sido apresentado, mas talvez os realizadores tenham optado em dar um pouco mais de luz e mantendo a força da esperança como principal virtude contra os males que vem de nossa própria realidade. É aquele filme em que você ama-o ou deixe-o, mas que ficará pensando sobre ele por um bom tempo.
O Fantasma da Sicília é uma bela fábula gótica, onde o amor e esperança prevalecem perante as dores vindas do nosso mundo. 




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