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Sócio e Diretor de Comunicação e Informática do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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quinta-feira, 13 de abril de 2017

Cine Dica: Em Cartaz: Travessia



Sinopse: Em Salvador, Roberto acabou de perder a esposa. Além disso, o relacionamento com seu único filho vai de mal a pior. Um dia, após se embebedar e fracassar ao tentar contratar uma prostituta, ele acaba atropelando um garoto. Desesperado, coloca o menino no carro e o leva ao hospital mais próximo. Apesar do socorro imediato, Roberto precisa prestar esclarecimentos na polícia e corre o risco de ser preso.

Travessia, primeiro filme do diretor João Gabriel, possui uma ousadia em sua abordagem, mas que visivelmente, poderia ter ido mais longe. O filme tem como tema principal a desestrutura de uma família, onde o pai Roberto (Chico Diaz) possui uma forte desavença com o filho Júlio (Caio Castro) a partir da morte da mãe desse último. Observamos então o dia a dia de cada um, em vidas separadas, tendo que enfrentarem os seus próprios abismos e de formas distintas.
Embora tendo essa forte ligação, o cineasta opta em não colocar ambos em cenas e fazendo com que explore de uma forma gradual a mudanças de rumos de Roberto, por exemplo, quando ele acidentalmente atropela um menino durante a madrugada. Ao mesmo tempo, acompanhamos Júlio tentando procurar um novo etilo de vida, mas em experiências um tanto que duvidosas. Curiosamente, não fica exatamente claro o real motivo do fim dessa relação paternal que, embora tenha sido a partir da morte da mãe, fica a dúvida no ar do por que exatamente de ambos começaram a se odiar, quando na verdade deveriam se unir num momento difícil como esse.
Devido a isso, fica meio complicado para o cinéfilo ter que aceitar a cruzada de ambos os personagens sem um esclarecimento a fundo sobre o passado. Roberto, por exemplo, procura uma redenção particular ao tentar dar atenção ao jovem que ele quase matou, mas nunca fica muito claro se ele busca um novo rebento ou simplesmente eliminar a culpa que há dentro de si. Já Júlio vai para um caminho inverso, onde as cenas de festas e muito uso de drogas servem de prelúdios para o que virá a seguir para ele.
Portanto, quando a gente acha que a separação de ambos em suas cruzadas particulares fará algum sentido, as respostas simplesmente não surgem, mas sim deixa em aberto para inúmeras possibilidades sobre o futuro de ambos e o que torna o resultado final nada animador. Faz até algum sentido Roberto em tentar ajudar o garoto que ele quase matou, mas simplesmente não há um aprofundamento da queda de Júlio. Dá a impressão de que ele deveria pagar pelos seus erros, mas quais seriam eles exatamente? 
Desta forma, Travessia se mostra um filme que poderia ser muito mais do que é, mas a falta de aprofundamento através das cenas em relação ao seu tema acaba por prejudicar seu crescimento como obra. Em contrapartida não desmereço a obra, pois João Gabriel demonstra total afinidade e habilidade com a sua câmera. Porém, lhe falta um pouco mais de coragem na criação de um roteiro que não se intimide em retratar as reais origens de um rompimento familiar. 


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