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Sócio e Diretor de Comunicação e Informática do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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segunda-feira, 2 de janeiro de 2017

Cine Dica: Em Cartaz: O Que Está por Vir



Sinopse:A professora de filosofia Nathalie (Isabelle Huppert) é casada e tem dois filhos. Mas sua vida perfeita acaba do dia para a noite quando descobre que o marido está lhe traindo e ela ainda perde o emprego. Agora, ela precisa superar todos os problemas para começar uma nova vida.

Isabelle Huppert em mais um grande desempenho no ano de 2016 após seu incrível papel em Elle, de Paul Verhoeven. Aqui, ela atua sob a direção sensível de Mia Hansen-Love em O Que Está por Vir. No filme, a sua personagem não sabe sobre o seu futuro, pois quando começa a calmaria pode ser muito bem o prenuncio de uma tempestade. Ou quando tudo parece um inferno, encontra-se a paz.
Dessa indefinição, e nela, vivemos constatação que chega a ser uma acaciana. É o tema do filme. Um tema eterno, ninguém há de negar, e sempre atual, por mais que a incerteza da vida tenha sido tratada em filmes, livros e conversas de bar por geração após geração.
Embora aparente ser uma história simples num primeiro momento, é também uma história de superação, onde nada se parece como os temas de superação vistos em Hollywood, dos quais tentam, mas na maioria das vezes terminam num lugar comum. Nathalie irá enfrentar mesmo muitos obstáculos, mas, ao enfrentá-los, se comporta de uma forma madura, ajudada também pelo fato de ser bem resolvida culturalmente, mas que longe dos olhares dos outros, não esconde para si o quão frágil é como pessoa.
A vida pode possuir espinhos para a maioria, pois como estudiosa da Filosofia, Nathalie sabe como ninguém que não é o que ela é por dentro, mas sim as suas ações e do seu próximo é o que dirá como são as pessoas perante os desafios. Claro que por ser humana ela não pode prever os problemas que começam a surgir no horizonte, mesmo com status de amadurecimento em sua vida. Os problemas surgem através das figuras do marido, Heinz (André Marcon), sua mãe depressiva Yvette (Edith Scob), os filhos, e um aluno tanto rebelde como sedutor, Fabien (Roman Kolinka).
Na verdade, não interessa os problemas, mas sim como ela irá saber administrar as situações que surgem para ela, mesmo quando ela se encontra em momentos tranquilos como numa praia da qual ela se encontra para esquecer um pouco de sua realidade. Fora isso, é preciso dar destaque ao trabalho de direção da cineasta  Mia Hansen-Love, pois com a sua câmera de movimentos refinados, a diretora enquadra uma Isabelle Huppert sempre com muita luz e revelando cada detalhe dos seus sentimentos mostrados em sua expressão: a cena onde mostra ela no interior de um ônibus, presenciando  pelo vidro o marido acompanhado pela amante na rua é digna de nota, pois ela oscila entre dramaticidade e humor ao mesmo tempo.
Esse é um dos grandes charmes do filme, do qual nos passa momentos dramáticos e de humor ao mesmo tempo. Cineasta e atriz conseguem explorar esses universos diferentes e misturá-los num único quadro, pois a vida, por vezes, acaba sendo tão absurda quanto à própria ficção. É um filme realista, sendo um retrato de um dia a dia que parece não haver saída e sentido algum em seguir em frente, mas quando se menos espera, encontra um equilíbrio perante o precipício.
Isso claro acontece quando a protagonista transita com as suas idéias e motivações ao lado de novos tempos cheios de novos significados que, embora não façam mudar como pessoa, pelo menos ela soube conviver com elas.  Uma mulher resolvida na vida, da qual não desvencilha do melhor que havia no seu tempo, mas sim sendo tolerante ás mudanças que ocorrem na vida a todo o momento. Um filme que faz somente aumentar o quão é primoroso cheio de significados é o universo feminino.
Com um final em aberto, O Que Está por Vir é um filme sobre libertação, mas ao mesmo tempo sobre saber se redescobrir na vida e mantendo uma posição madura, consciente e resolvida perante os novos tempos.  



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