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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e Diretor de Comunicação e Informática do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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quarta-feira, 28 de setembro de 2016

Cine Dica: Mostra "Era Vargas" no CineBancários



O CineBancários exibirá, em caráter inédito no circuito exibidor gaúcho, os quatro documentários de Eduardo Escorel que compõem a série “A Era Vargas”, realizados entre 1990 e 2016. Eles abordam o período desde a tomada do poder por Getúlio Vargas, em 1930, até a sua deposição em 1945.
A mostra, cujo destaque é o filme 1937-1945: Imagens do Estado Novo, exibido recentemente no 21º Festival Internacional de Documentários - É Tudo Verdade / It’s all true, contará também com um debate, do qual participarão o realizador dos filmes, Eduardo Escorel, e a Profa. Dra. Carla S. Rodeghero, do PPG-História da UFRGS. O encontro oportunizará a reflexão sobre as relações entre cinema e história, consideradas a partir da experiência de produção de documentários com imagens de arquivo, e terá mediação da historiadora Dra. Alice D. Trusz. O evento é uma realização do GT História Cultural Anpuh-RS e conta com o apoio do Programa de Educação Patrimonial UFRGS-APERS e do CineBancários.
 
Os filmes serão exibidos entre 28 de setembro e 02 de outubro nas sessões das 15h e 17h. O debate será realizado no sábado, 01 de outubro, às 17h, com entrada franca. 
MOSTRA “A ERA VARGAS” – DOCUMENTÁRIOS DE EDUARDO ESCOREL 
Integram a série sobre a Era Vargas os filmes 1930 – Tempo de revolução (1990), 32 – A guerra civil (1993), 35 – O assalto ao poder (2002) e 1937-1945: Imagens do Estado Novo (2016). Marcados pelo compromisso de divulgar fatos importantes de períodos menos conhecidos da história brasileira de maneira clara e didática, mas sempre com o rigor histórico necessário, os documentários tiveram origem em um projeto idealizado pelo produtor Claudio Kahns e pelo cientista político André Singer. Os dois primeiros filmes foram realizados para exibição em televisão aberta, na TV Manchete, tendo sido produzidos em curto espaço de tempo e em formato adequado ao seu canal de veiculação. Já o terceiro episódio da série, sobre 1935, teve sua produção estendida por quase uma década, em parte, segundo Escorel, à sua temática, sobre a qual havia desinteresse e consequente dificuldade de captação de recursos.
São traços comuns aos três primeiros filmes o emprego de documentos de distintas tipologias, prevalecendo fotografias, filmes e o recurso à imprensa da época, além de depoimentos de testemunhas e considerações analíticas de especialistas. Já o quarto filme da série, 1937-1945: Imagens do Estado Novo, inteiramente construído a partir de imagens de arquivo, rompe com a lógica seguida pelo realizador nos filmes anteriores. Tendo sua estrutura criada a partir do diário de Getúlio Vargas e das correspondências trocadas entre ele, seus ministros, parentes e o povo, a partir do que é construído um texto em off narrado na própria voz de Escorel, a obra se afasta do documentário clássico e se aproxima de uma forma ensaística, abrindo espaço para a reflexão sobre o próprio processo de produção das imagens. Pois Escorel, que também faz a leitura do diário e das cartas, assume a tarefa de provocar o olhar do espectador e conduzi-lo a questionar as imagens que assiste. Considerando as suas diferentes origens, destinações e usos, ele evita o seu uso ilustrativo para priorizar um exame atento ao seu potencial cognitivo, estimulando a percepção crítica sobre as imagens oficiais do regime e as demandas que motivaram a sua produção. Essa postura de problematização também é estendida à apropriação das imagens de arquivo pelo cineasta, procedimento que é evidenciado também pela montagem, que estabelece diálogos entre as imagens oficiais dos cinejornais e aquelas dos filmes amadores domésticos. Nesse processo, reconhece-se, ainda, a importância daqueles que produziram e preservaram as imagens levantadas pela produção dos documentários, muitas das quais inéditas, permitindo que hoje existam imagens do e sobre o passado e que elas possam ser retomadas para novos usos, entre os quais a produção de documentários sobre a história política brasileira e a história da produção e usos das imagens a partir de demandas políticas.
OS FILMES
1930 – Tempo de revolução (1990)
Neste filme é abordado o movimento de 1930, por meio do qual Getúlio Vargas ascendeu ao governo do país, procurando compreender o processo de substituição das oligarquias no poder central a partir da remissão a outras insurgências que marcaram a década de 1920, como o movimento tenentista, e que dão conta da instabilidade política das primeiras décadas do regime republicano brasileiro.
32 - A guerra civil (1993)
Para os paulistas, no início da década de 1930, o Governo Provisório de Getúlio Vargas se transformou numa ditadura. Contra ela, os paulistas deflagraram uma guerra civil, que se estendeu por três meses e teve apoio maciço da população. Contudo, foi derrotada, resultando grande número de mortos e feridos. O documentário trata desses eventos e questiona a noção ainda hoje dominante de que a guerra tinha propósitos separatistas.
35 - O assalto ao poder (2002)
O ano de 1935 estava chegando ao fim quando três levantes militares, em três diferentes capitais brasileiras, tentaram derrubar o governo de Getúlio Vargas. Liderada por membros do Partido Comunista do Brasil, a insurreição deflagrada em Natal, Recife e no Rio de Janeiro, foi um fracasso militar e político. Em poucos dias o movimento foi inteiramente dominado. O governo de Getúlio foi implacável com os insurretos, prendendo-os e torturando-os. O filme examina tais questões a partir de diferentes fontes e imagens inéditas, encontradas também em arquivos europeus e norte-americanos, trazendo ainda depoimentos de vários participantes do levante e intervenções de historiadores, cientistas políticos e jornalistas especialistas no tema.
1937 – 1945: Imagens do Estado Novo (2016)
O documentário mobiliza cinejornais, fotografias, propagandas, cartas, filmes domésticos e de ficção, canções e trechos do diário de Getúlio Vargas para, através da comparação e análise desses registros heterogêneos, produzidos para fins diversos, da propaganda política à celebração familiar, explorar as diversas camadas da trama política do regime expondo suas fontes de inspiração externas, sua forma de funcionamento e contradições. Segundo Escorel, trata-se menos de “um documentário sobre o Estado Novo, e sim um filme sobre as imagens a respeito do Estado Novo”, que discute os sentidos da produção e apropriação de imagens de arquivo para a produção de filmes e de conhecimento sobre o passado. Neste caso, buscando reavaliar a herança do período ditatorial do Estado Novo e sua importância para a compreensão da ditadura civil-militar de 1964.
EDUARDO ESCOREL
Cientista Político, cineasta e documentarista paulista, Eduardo Escorel teve destacada atuação como diretor, produtor executivo, roteirista e montador de diversas obras fundamentais na história do cinema brasileiro. Em 1964, trabalhou pela primeira vez como assistente de direção e montador no filme O padre e a moça, de Joaquim Pedro de Andrade. Tem início então a sua participação na produção de uma extensa filmografia, da qual cabe destacar a sua contribuição como montador nos filmes: Terra em transe (1967), de Glauber Rocha, Macunaíma (1969), de Joaquim Pedro de Andrade, Eles não usam black-tie (1981), de Leon Hirszmann, Cabra marcado para morrer (1984), de Eduardo Coutinho, e Santiago (2007), de João Moreira Salles. Para além da montagem, Eduardo Escorel desenvolveu uma sólida carreira como diretor de ficções e documentários. Betânia bem de perto (1966) foi o primeiro documentário que dirigiu, em parceria com Júlio Bressane. A partir dos anos 1990, passou a dedicar-se à série de documentários sobre a história do Brasil republicano, construídos a partir da apropriação de imagens de arquivo. Segundo Eduardo Morettin, “trabalhando com os ‘vestígios do passado’, Escorel toca em questões seminais para pensar não somente o fazer cinema, mas o fazer histórico.” Atualmente, além de diretor e montador, Eduardo Escorel também atua como crítico de cinema no blog da revista Piauí e como coordenador da Pós-Graduação em Cinema Documentário da Fundação Getulio Vargas.

FICHAS TÉCNICAS
1930 – Tempo de revolução
1990 / Brasil / Documentário / 49 minutos
Direção: Eduardo Escorel
Assistente de direção: Izabel Jaguaribe
Argumento: Antonio Pedro Tota
Roteiro: Sérgio Augusto
Texto: Sérgio Augusto e Eduardo Escorel
Narração: Edwin Luisi
Música: Sérgio Saraceni
Edição: João Henrique Jardim
Projeto: André Singer e Claudio Kahns
Produtora: CineFilmes Ltda.
Produção executiva: Augusto Casé
Fotografia: José Guerra, Flávio Zangrandi e Reynaldo Zangrandi
Consultoria histórica: Regina Luz
Participações (especialistas): Boris Fausto, Antonio Cândido, Edgard De Decca, Paulo Sérgio Pinheiro
Participações (depoimentos): Luiz Carlos Prestes, Barbosa Lima Sobrinho
Apoio: Secretaria do Estado da Cultura – Governo de São Paulo
32 – A guerra civil 
1993 / Brasil / Documentário / 49 minutos
Direção: Eduardo Escorel
Argumento: Paulo Sérgio Pinheiro e Tulio Khan
Roteiro: Sérgio Augusto
Texto: Sérgio Augusto e Eduardo Escorel
Narração: Edwin Luisi
Música: Hermelino Neder
Edição: Aritanã Dantas
Fotografia: Adrian Cooper
Projeto: André Singer e Claudio Kahns
Produção: Claudio Kahns
Produtor associado: Studio B
Participações (especialistas): Boris Fausto, Aspásia Camargo, Hernani Donato, Paulo Sérgio Pinheiro, Vavy Pacheco Borges, José Murilo de Carvalho, Antonio Cândido, Edgard De Decca
Participações (depoimentos): Paulo Duarte
Patrocínio: PubliFolha, Banespa
Apoio: Secretaria do Estado da Cultura, Secretaria da Justiça e da Defesa da Cidadania, Secretaria do Estado da Educação – Governo de São Paulo.
35 – O assalto ao poder 
2002 / Brasil / Documentário / 98 minutos
Direção: Eduardo Escorel
Fotografia: José Tadeu Ribeiro
Montagem: Pedro Bronz
Assistente de montagem: Nina Galanternick
Edição on-line: Flávio Nunes
Edição de som e mixagem: Ricardo Cutz
Narrador: Paulo Betti
Roteiro e narração: Sérgio Augusto e Eduardo Escorel
Argumento: Paulo Sérgio Pinheiro e Tulio Khan
Projeto: André Singer e Claudio Kahns
Produtor: Claudio Kahns
Produção: Tatu Filmes, Brasil 1500 e CineFilmes
Co-produção: STV Rede Sesc-Senac de Televisão
Música: Hermelino Neder e Newton Carneiro
Participações (especialistas): José Murilo de Carvalho, Paulo Sérgio Pinheiro, William Waak, Boris Fausto, Marly Vianna, Paulo Cavalcanti, Fernando Morais, Homero de Oliveira Costa.
Participações (depoimentos): Luis Carlos Prestes, Apolônio de Carvalho, Manuel Batista Cavalcanti, Poty Ferreira, Paulo Cavalcanti, José Gutman, Francisco Leivas Otero, Sócrates Gonçalves da Silva, Octavio Brandão
Patrocínio: Grupo Santander Banespa, Lorenzetti, DrogaRaia, Lei do Audiovisual - MINC
Apoio: VideoFilmes, Secretaria Municipal de Cultura da Prefeitura do Recife, Secretaria Municipal de Cultura e Turismo da Prefeitura de Natal, Governo do Rio Grande do Norte, RBS Vídeo, Studio B, VASP.
Apoio Institucional: Prefeitura Municipal de São Paulo
1937-1945: Imagens do Estado Novo 
2016 / Brasil / Documentário / 227 minutos (3h78min)
Parte 1 – 11 minutos (1h51min)
Parte 2 – 114 minutos (1h54min)
Direção: Eduardo Escorel
Produção: Cláudio Kahns
Argumento: Dulce Pandolfi (nova)
Roteiro: Flávia Castro e Eduardo Escorel
Narração: Eduardo Escorel
Pesquisa de imagem: Antonio Venâncio
Pesquisa de documentos escritos: Letícia Carvalho
Música: Hermelino Neder (idem anterior) e Newton Carneiro (idem anterior)
Montagem: Pedro Bronz (idem anterior) e Eduardo Escorel
Edição de som e mixagem: João Jabace (novo)
Pré-montagem: Jordana Berg e Thaís Blank
Gravação da narração: Denilson Campos
Pós-produção: Afinal Filmes e Tatu Filmes
Apoio: UNIVESP, FINEP, FSA, Ancine. Governo Federal BR
Produtores associados: Tatu Filmes e CineFilmes
Produtora: Brasil 1500 

GRADE DE HORÁRIOS
28 de setembro (quarta-feira)
15h - MOSTRA ERA VARGAS: 1930 - "Tempo de Revolução (1990)" e "32 - A Guerra Civil (1993)" [entrada franca]
17h - MOSTRA ERA VARGAS: 35 - O Assalto ao Poder (2002)[entrada franca]
19h - Aquarius

29 de setembro (quinta-feira)
15h - MOSTRA ERA VARGAS: 1937 - 45: Imagens do Estado Novo - Parte 1 [entrada franca]
17h - MOSTRA ERA VARGAS: 1937 - 45: Imagens do Estado Novo - Parte 2 [entrada franca]
19h - Aquarius

30 de setembro (sexta-feira)
15h - MOSTRA ERA VARGAS: 1937 - 45: Imagens do Estado Novo - Parte 1 [entrada franca]
17h - MOSTRA ERA VARGAS: 1937 - 45: Imagens do Estado Novo - Parte 2 [entrada franca]
19h - Aquarius

1º de outubro (sábado)
15h - MOSTRA ERA VARGAS: 35 - O Assalto ao Poder (2002) [entrada franca]
17h - Debate com Eduardo Escorel e Carla S. Rodeghero. Mediação: Alice D. Trusz [entrada franca]
19h - Aquarius

2 de outubro (domingo)
15h - MOSTRA ERA VARGAS: 1937 - 45: Imagens do Estado Novo - Parte 1 [entrada franca]
17h - MOSTRA ERA VARGAS: 1937 - 45: Imagens do Estado Novo - Parte 2 [entrada franca]
19h - Aquarius

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