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Sócio e Diretor de Comunicação e Informática do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

Cine Dica: Em Cartaz: SNIPER AMERICANO


Sinopse: Adaptado do livro American Sniper: The Autobiography of the Most Lethal Sniper in U.S. Militar History, o filme conta a história real de Chris Kyle (Bradley Cooper), atirador de elite das forças especiais da marinha americana. Durante cerca de dez anos ele matou mais de 150 pessoas, tendo recebido diversas condecorações por sua atuação.


Clint Eastwood é direitista assumido e seus personagens mais famosos do cinema (como o estranho sem nome da trilogia dos Dólares) nada mais são do que uma representação do que ele tem por dentro. Mas vivemos em outros tempos, em que o politicamente correto corre solto, para o bem ou para o mal e aquela imagem de heróis americanos patrióticos se tornaram uma imagem pálida perante o fato que, se deve sim, respeitar todas as nações, mesmo quando elas guardam pessoas violentas e que agem sem pensar nas consequências. No seu mais novo filme como diretor, Sniper Americano nasceu para ser odiado ou defendido, em que dá valor em temas defendido por direitistas americanos, mas que ao mesmo tempo não esconde as consequências por defender tais valores para alguns ultrapassados. 
Chris Kyle (Bradley Cooper) é um texano, criado por um pai severo, mas que o ensinava a defender o mais fraco, não importando as consequências. Tinha o desejo no principio de ser um peão de rodeios, mas ao mesmo tempo cresceu em volta de armas dentro de casa e se tornando então um atirador de elite das forças especiais americanas. Após o 11 de Setembro, Chris decide então com unhas e dentes defender no que ele acredita: acabar com os selvagens que ousaram em tentar destruir o seu país que ama.
O termo “selvagem”, inclusive, é dito algumas vezes pelo próprio protagonista quando esta em missão, como se fosse um caubói do cinema de antigamente que ia matar os índios, antes os grandes vilões dos primeiros anos do cinema. Porém, Eastwood sabe no vespeiro que esta se metendo que, ao mesmo tempo em que coloca na tela um personagem que defende certos valores duvidosos, por outro, coloca ele em dilemas, que o fazem sua saúde mental ficar na corda bamba. A cena em que ele se vê obrigado a matar uma mãe e menino que, revezam segurando uma bomba, é desde já chocante e que abre o filme, mas  ao mesmo tempo ocorre um flashback, mostrando os caminhos que o levaram até ele chegar naquele ponto.
O único caminho para a sua redenção pessoal é buscar uma paz ao lado de seus filhos e da sua esposa (Sienna Miller), mas uma vez que fica em casa, acaba sempre encarando as notícias da guerra na televisão, o que faz então sempre retornar para o outro lado do mundo. Ao longo da projeção, se percebe que a guerra abre caminho para o horror, se tornando uma droga e tudo que resta para o protagonista é seguir exatamente o que o seu pai lhe ensinou, de defender o próximo. O percurso é árduo, violento e fazendo Chris se tornar o mais letal atirador da historia americana (160 mortos no total) e se tornando para os seus colegas uma lenda. 
Clint Eastwood não poupa esforços para fazer o melhor filme de guerra para ele, fazendo das imagens da câmera se tornarem tremulas, como se outro soldado estivesse carregando ela e indo atrás dos seus colegas. Com uma montagem elegante, o filme possui agilidade surpreendente, fazendo com que a gente não sinta as mais de duas horas de projeção. Não faltam momentos de pura tensão e adrenalina: a sequência que ocorre um grande tiroteio em meio a uma tempestade no deserto é desde já fantástica.
Mas se num primeiro momento dá a sensação de dever comprido, o filme não esconde suas sequelas, que vai desde soldados com pernas ou braços amputados, há um estado de mente perturbada devido aos horrores que presenciaram. Chris Kyle acaba se tornando uma pessoa não muito diferente de outros veteranos que vieram de outras guerras (como o do Vietnam), embora não admita em nenhum momento que a culpa é do governo que ele protege. Querendo ou não, Chris Kyle é uma vitima de um país que enriquece com a guerra que, por vezes não pertence a ela, de uma cultura fortalecida pelo medo e que faz com que inúmeras famílias convivam com armas dentro de casa.
É claro que diferente de outros filmes como o documentário Tiros de Columbine, o filme não diz de forma explicita de como é errado esse universo contemporâneo das armas daquele país, mas sim de uma forma bem subliminar: a cena em que o protagonista não esconder um olhar pouco lúcido e brincando com a sua esposa com uma arma carregada, sintetiza como ainda estão despreparados aquelas pessoas que nasceram e cresceram numa sociedade em que se ensinou que, o mais forte sempre é aquele com a arma na mão.
Com a melhor interpretação  de Bradley Cooper na carreira, Sniper Americano é um filme que irá dividir a opinião de tudo e a todos, mas  que ao mesmo tempo irá gera os melhores debates e nascendo então uma boa dose de reflexão.  


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