Quem sou eu

Minha foto
Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e Diretor de Comunicação e Informática do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

Pesquisar este blog

segunda-feira, 24 de novembro de 2014

Cine Especial: O Novo Cinema Argentino: Parte 6

Em minha 42ª participação dos cursos criados pelo Cena Um, o tema dessa vez será sobre o Novo Cinema Argentino. A atividade irá acontecer nos dias 25 e 26 desse mês de novembro e será ministrado por Rosângela Fachel de Medeiros, que ministrou o curso sobre "David Cronenberg: Seu Cinema e Suas Obsessões". Enquanto os dias da atividade não chegam, por aqui estarei postando sobre os melhores filmes dessa nova fase que o cinema de nossos hermanos vive atualmente.  


DOIS IRMÃOS



Sinopse:Eles precisam um do outro, mas não conseguem ficar juntos por muito tempo. Susana (Graciela Borges), uma agente imobiliária egoísta, possessiva e dominante, que parece ser incapaz de entender o irmão, Marcos (Antonio Gasalla), que protege a mãe, é bondoso, sensível e amigo de seus amigos.


O diretor argentino Daniel Burman estreou no cinema bem cedo, aos 25 anos em 1988 surpreendendo a todos. Mesmo jovem, surpreendeu pelo olhar maduro em filmes em que explorava muito bem as relações humanas como Leis de Família e Abraço Partido. Em Dois Irmãos ele explora a fragilidade com um bom humor refinado de uma dupla de irmãos de terceira idade.
A dupla formada por dois veteranos do teatro e cinema por lá, Graciela Borges e Antonio Grasalla acabam esbanjando versatilidade e um talento enorme no qual ambos estão em igualdade um com outro. Curiosamente a trama conseguiu fazer com que ambos os personagens se detestarem, mas se darem conta que não conseguem viver um sem o outro, mesmo com suas brigas do dia a dia. Atenção para a cena que ambos escutam o vizinho através de copos na parede, hilária, inventiva e contagiante. Com um filme como esse, mais O Segredo dos Seus Olhos e Abutres, o cinema argentino definitivamente prova que veio pra ficar.



ABUTRES



Sinopse: Sosa (Ricardo Darín) é um "urubu", um advogado especializado em acidentes rodoviários. Todos os dias ele vai aos locais de acidente, aos setores de emergência dos hospitais e às delegacias procurando clientes. Seu trabalho é lidar com as testemunhas, policiais, juízes e companhias de seguro. Mas o que seus clientes não sabem é que a agência para a qual trabalha está envolvida em esquemas de corrupção e desvio de dinheiro. Quando se apaixona pela jovem paramédica Luján (Martina Gusman), Sosa decide se aposentar do trabalho sujo e viver ao lado dela. Mas seu passado não o deixará tão facilmente.


Abutres chegou para reafirmar o talento Argentino com relação a cinema, com as qualidades que sempre mostrou, com uma boa direção e boas historias.Abutres chama-se, no original, Carancho, é o nome de uma ave predadora do noroeste argentino. Alimenta-se de restos de outros animais e até humanos e o motivo do titulo ser esse não só faz uma referencia a Carancho, mas também do personagem central da trama, representado por Darín em seu novo filme.
Nos últimos anos, aumentou muito o número de acidentes com vítimas na Argentina. Como consequência, criou-se uma verdadeira indústria do acidente, com advogados especializados em defender as famílias das vítimas. Quem trabalha nesta área, não esta nem um pouco interessado em ajudar as vitimas e sim ganhar algum lucro com isso. O advogado que Darín interpreta é o abutre mais do que perfeito. Tem o instinto do sangue e sabe convencer as famílias a lhe entregarem os casos.
No filme, Darín termina por relacionar-se com uma médica que atende a esses mortos e feridos. É interpretada por Martina Guzmán, mulher do diretor. A própria médica, a princípio altruísta, revela suas ambições. Trapero não facilita a pessoa que for assistir a esse incrível filme. É mais do que uma simples critica sobre a crise dos acidentes que ocorrem por lá, mas também uma impressionante aula de cinema com o que o diretor faz com a câmera e pelo visto, desde O Segredo Dos Seus Olhos, eles pegaram gosto por sequências que, aparentemente, não há cortes. O final é eletrizante e fica na memória do público por muito tempo.

 

Tese Sobre Um Homicídio



Sinopse: Roberto Bermudez (Ricardo Darín) é um especialista em Direito Criminal que ministra um curso bastante reconhecido. Uma nova turma está prestes a iniciar as aulas e entre os alunos está Gonzalo (Alberto Ammann), filho de um velho conhecido do professor. Gonzalo trata Roberto como um verdadeiro ídolo, o que incomoda o mestre. Já com as aulas em pleno andamento, um brutal assassinato ocorre perto da universidade. Roberto logo demonstra interesse no caso e, ao investigar os detalhes, passa a crer que Gonzalo seja o autor do crime e esteja desafiando-o a um jogo de inteligência.


Que Ricardo Darin é um ótimo ator, sendo que aqueles que assistiram Abutres, Um Conto Chinês  e o "O segredo dos seus olhos" todo mundo já sabe disso. Também não é nenhum segredo que os filmes estrelados por ele cheguem por aqui e atraindo cada vez mais atenção do cinéfilo. O ator acerta mais o alvo do que erra. Pelo menos na maioria dos filmes que chegou por aqui sempre ele nos surpreendeu.
Na sua mais nova atuação, "Tese sobre um homicídio", é um filme policial cuja trama sempre soa familiar, mas é graças a sua atuação que faz a diferença.  Baseado em um romance de Diego Paszlowski, "Tese sobre um homicídio" não ousa nem em seu tema e tão pouco na sua construção, optando por uma trama  linear para atrair o publico, mesmo que apresente um ato final que deixa mais perguntas do que respostas.  Como bom filme de investigação, apresenta sua historia, seus protagonistas e seus conflitos interiores da maneira mais plausível possível, para então, enlaçar o cinéfilo em uma gigante bola de neve, cheia de pistas duvidosas  e um jogo de gato e rato que para o bem ou para o mal prende a nossa atenção até o fim.
O grande problema de “Tese sobre um homicídio" é o que citei acima, de sempre soar familiar em muitos momentos, principalmente para o cinéfilo mais atento e que já viu tramas policiais semelhantes. O que diferencia de outras produções, é a forma como ela se apresenta visualmente, onde a câmera se torna o olhar do protagonista e sempre fazendo a gente assistir através da perspectiva dele. Isso sem contar à fotografia que remete os bons tempos do gênero noir e uma trilha sonora caprichada que se casa muito bem em momentos de tensão.
Apesar dos pesares, é um filme que prova que o cinema Argentino cada vez mais está querendo investir em outros gêneros. Resta saber se sua boa fase pode ou não sobreviver sem atores de quilate como Ricardo Darin.


 Me sigam no Facebook, twitter e Google+

Nenhum comentário: