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Sócio e Diretor de Comunicação e Informática do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Cine Dica: Em Cartaz: DOCE AMIANTO


Sinopse: Depois de ser abandonada pelo homem que ama, Amianto (Deynne Augusto) isola-se em um mundo de fantasia e delírios. Sua única amiga é Blanche (Uirá dos Reis), uma garota morta que a protege do além. Misturando ingenuidade e melancolia, Amianto tenta se reconectar com o mundo real.

O cinema convencional norte americano possui a mesma velha formula de sucesso de ontem e hoje: começo, meio, fim, tudo mastigado, e para fazer com o que o cinéfilo não pense muito e saia do cinema satisfeito. Contudo, houve aqueles que lançaram um cinema um pouco diferente, no qual a pessoa que assistiu se ficava depois se perguntando o que viu. David Lynch (Cidade Dos Sonhos) foi alguém que foi contra a maré das regras do cinema norte americano e não me admira que tenha servido de inspiração para os cineastas como Guto Parente e Uirá dos Reis ao criarem Doce Amianto.
Na verdade, a sensação que eu senti quando assisti a esse filme é que o universo de Lynch deu de encontro com o de Pedro Almodóvar (Fale Com Ela). Temos uma trama não linear, enlaçado com um universo no qual nos faz lembrar também o lado autoral do cineasta Espanhol, mas o protagonista não é algo inspirado no que já vimos no mundo de Almodóvar. Embora seja interpretado por um homem (Deynne Augusto) Amianto não é travesti e tão pouco transexual, ao menos não oficialmente.
Por mais que a personagem possua traços que lembrem um homem, o filme sempre se refere a ela como uma mulher como outra qualquer. O mesmo vale para Blanche, uma espécie de fantasma conselheiro para Amianto e a única que lhe da o consolo nos momentos difíceis. Quando as duas surgem em cena, a realidade convencional se quebra na frente do espectador, e fazendo com ele aceite ou não o que acontece na tela.
Essa quebra da realidade convencional da trama faz com que tudo possa acontecer, no qual podemos interpretar nas diversas formas, desde um sonho, delírio ou até mesmo simplesmente metáfora. Esse ultimo exemplo pode ser o mais aceito, principalmente no inicio do filme, quando a protagonista tenta se reconciliar com o seu amado, mas bastou ele ignorá-la que a protagonista cai no chão e meio segundo está toda coberta de sujeira no chão, representando então a sua sensação de estar no fundo do poço.     
Esse convite para um lado mais experimental que o filme nos da, e não se importando com que vamos achar, faz com que a gente pronuncie aquele velho refrão de “ame ou odeie”. Mas foi graças a essa forma de ir contra a maré de um lugar comum, é que o filme nos brinda com uma das melhores partes da trama, em que ele abandona a historia principal e nos joga numa nova e sem nenhuma ligação com a outra. Essa pequena trama apresentada, por mais absurda que seja não deixa de ser a mais divertida, ao injetar um humor negro contagiante e com personagens caricatos, mas que não foge muito do perfil de pessoas reais em determinadas situações apresentadas.  
No resultado geral é um filme que inquieta o espectador, mesmo na sua curta duração (70min) e com uma linguagem original, na qual com certeza atrairá um cinéfilo mais exigente, mas que com certeza fará com que o publico em geral fique se perguntando após a sessão o que realmente viu. Um filme experimental, fora do convencional, mas não menos genial.      


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