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Sócio e Diretor de Comunicação e Informática do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Cine Dica: Em Cartaz: LORE


Sinopse: Sozinha com seus irmãos mais novos depois que seus pais são presos Lore vaga pela Alemanha destruída pela guerra em 1945. Eles precisam chegar até sua avó que está a mais de 900 quilômetros de distância. Na viagem as crianças são expostas à realidade e às consequências das ações dos pais adeptos do regime nazista. Lore conhece o carismático Thomas um jovem refugiado judeu de passado misterioso. Para sobreviver ela precisará superar seus sentimentos de medo e repulsa e confiar na pessoa que foi ensinada a odiar. Prêmio do público no Festival de Locarno 2012.

Dirigido pela cineasta australiana Cate Shortland (Somersault), o drama sobre a segunda guerra mundial Lore é uma troca de perspectiva sobre o Holocausto e diferente do que estamos acostumados assistir sobre o tema no cinema. Se fossemos resumir a mensagem da trama, é que os vilões também sofrem e isso é mostrado sem dó, com muitos detalhes, neste estupendo trabalho. A atriz Saskia Rosendahl dá um verdadeiro show de interpretação na pele da protagonista que dá nome à trama e com certeza veremos mais em seguida em filmes posteriormente.  
Lore é baseado na obra The Dark Room, de Rachel Seiffert e conta a história de uma irmã que leva seus irmãos em uma viagem os expondo a verdade das crenças ensinadas por seus pais. Durante o caminho, um encontro com um refugiado misterioso, faz a protagonista aprender a confiar em alguém que toda a vida foi ensinada a desprezar. Ao mesmo tempo, vai descobrindo a verdade sobre a família e o regime onde foi educada. Segura e com novas convicções para seu futuro ruma para um destino cheio de surpresas.
O roteiro é muito bem escrito por Robin Mukherjee. Consegue recriar o cenário imaginado de melancolia, desespero e sofrimento que a história lança a nossa frente. A emoção é interrupta, dosada na medida certa para comover, gerar indignações e questionamentos, sendo que essas últimas estão concentradas nos derradeiros momentos finais da trama. Não chega a ser uma lição de moral, mas demonstra que a vida é uma grande caixa de surpresas e que nem sempre o mundo no qual nós vivemos é mostrado com certa clareza sobre os verdadeiros fatos apresentados em nossa volta.   
A co-produção Alemanha-Austrália consegue fazer diferença  dos outros filmes que abordam esse mesmo assunto. Neste drama, somos surpreendidos por uma visão diferente dos fatos, mais ou menos como ocorre no emocionante O Menino do Pijama Listrado (2008). A descoberta dos irmãos sobre todos os horrores feitos durante anos por pessoas perto deles acaba desconstruindo e transformando esses personagens para uma nova realidade ainda desconhecida por eles. O público é levado facilmente pelas ótimas sequências captadas por Cate Shortland. A grande lição que fica da história é melancólica, mas não deixa de ser uma verdade para todos nos: ame o improvável, porque é o único que não irá lhe magoar.  


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