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Sócio e Diretor de Comunicação e Informática do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Cine Especial: E eles não viveram felizes para sempre


Ainda estou em estado de estase. Pois realmente fazia tempo que não tinha visto um filme com um final tão perturbador como o NEVOEIRO, que desde já é para mim considerado um dos melhores filmes do ano. Contudo duvido muito que todos irão curtir o tal surpreendente desfecho como eu curti. Mas porque isso?
Por que as pessoas não aceitam tais finais de filme? Porque o filme não presta por exemplo só porque o protagonista morre no final? Lembro-me, por exemplo, que como adorei o filme Gladiador na época, mas sempre tinha pessoas que ficavam dizendo que não gostavam porque o protagonista morria no final. Parece que isso não pode acontecer. Eu digo assim, às vezes pode e deve acontecer.
O caso que a culpa disso nem está nas pessoas em si, mas sim o próprio cinema que nos acostumou a contar suas historias com o sempre "final feliz", mas é só aparecer um filme com um final perturbador que a pessoa se desmonta. Fico imaginando como as pessoas reagiram na sala do cinema com o final de Seven: Os sete pecados capitais mas na minha opinião aquele final ajudou em muito a narrativa da historia e se colocassem um final feliz naquilo, então tudo que nos assistimos até aquele ponto não faria muito sentido. Todo filme bom que se preze, vem com uma mensagem e essa mensagem deve se casar bem com ato final da trama, e se for para fazer um final pessimista então que seja, se vai a pessoa gostar ou não, será problema dela, mas não a como ficar indiferente pois ela sabe no fundo que assistiu algo totalmente diferente de tudo que viu.
Hollywood é acima de tudo uma indústria que faz dinheiro e tudo que elas fazem é agradar o publico que vai ao cinema. Eles acreditam que existe um numero de pessoas que gostam de sair das suas casas, sair um pouco dos seus problemas para curtir uma historia boa e esperançosa. Mas e aqueles que desejam algo diferente?
Esses não são poucos, são muitos até como eu, e as vezes é preciso de outro pais para nos brindar com algo original, como foi no caso da Coréia que nos presenteou Old Boy de Park Chan-uk que conta a historia de um homem comum que acaba sendo preso por mais de 15 anos dentro de um quarto de hotel e nem sabe porque. Passados os 15 anos ele é libertado sem mais nem menos e busca resposta, e tais respostas serão das mais dolorosas possíveis, tanto para o personagem como para o próprio espectador que assiste a trama. O filme fez tanto sucesso de critica quanto de publico que assistiu ao redor do mundo, e Hollywood esta pensando até hoje em fazer uma refilmagem mas será que eles tem coragem de fazer tudo igual? Eles vão pensar na historia ou nas verdinhas?
Eu acho que atualmente existe uma falta de ousadia no cinema, e por conta disso da para se contar nos dedos os filmes que estréiam no ano e desafiam as nossas mentes e quando estréiam filmes como esse O Nevoeiro devemos nos ficar perguntando? Como eles puderam lançar dessa forma? Ficamos admirados como a historia termina, pois é algo que raramente se vê nos filmes hoje em dia e acho que é pára isso que o cinema serve nos levar para lugares diferentes com historias imprevisíveis que desafiem a mente da pessoa, Stanley Kubrick que o diga..
Espero que ao longo dos anos surjam mais filmes corajosos como esse, que surjam diretores que gostam de fazer uma boa historia como Frank Darabont fez com o Nevoeiro, que venham historias mais e mais originais, pois sejamos francos: Chegará um ponto que as pessoas estarão cansadas do previsível.

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