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Sócio e Diretor de Comunicação e Informática do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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terça-feira, 17 de janeiro de 2017

Cine Dica: Em Blu-Ray, DVD, Netflix e locação via TV a Cabo: Sob As Sombras



Sinopse: Nos anos 1980 no Teerã, durante a guerra Irã-Iraque, mãe e filha tentam sobreviver em meio a explosões de bombas e mísseis. Com o passar do tempo, o conflito é intensificado e mãe se torna obcecada pela ideia de que sua filha está possuída por espíritos malignos chamados Djinn.

O filme Demon do ano passado não era apenas um filme de terror, como também uma espécie de crítica de uma sociedade que se encontra cada vez destruindo mais suas raízes e dando lugar ao novo e sem conteúdo. Nesses casos, o horror acaba se tornando pano de fundo, dando lugar a inúmeras possibilidades e gerando um ótimo debate após a sessão. Em Sob As Sombras o horror, aparentemente sobrenatural, por vezes, se torna mero coadjuvante e dando lugar ao fato de que opressão é muito mais perigosa do que a própria figura de um fantasma.
Estamos nos anos 80, onde irã e Iraque travam uma feroz guerra. Em meio essa situação, uma iraniana (Narges Rashidi) tenta seguir os passos da mãe como médica, mas é impedida de concursar por ter pertencido à oposição e contra a revolução de 1979. O marido é convocado para ajudar os feridos na guerra enquanto ela e sua filha ficam isoladas no apartamento onde vivem. Enquanto a maioria das pessoas abandona o prédio devido aos bombardeiros, eventos ocorrem, fazendo com que as duas permaneçam no apartamento e ao mesmo tempo coisas estranhas começam a acontecer.
Dirigido pelo estreante Babak Anvari, o filme começa com um cenário nada acolhedor para as mulheres que vivem naquele país, pois basta não usar véu na rua, que a mulher pode ser presa, ou até mesmo apedrejada. O que gosta de fazer, ou até mesmo apreciar algo de fora (como fitas de vídeo de aeróbica americana) tem que ser às escondidas e fazendo com que o seu dia a dia se torne uma prisão. Com esse cenário, nem seria preciso uma entidade sobrenatural para assombrar a protagonista, mas eis que essa situação imprevisível acontece e fazendo com que tenhamos inúmeras interpretações do porque elas surgem.
Na realidade, o horror pode estar acontecendo em duas frentes na trama, onde a crença dá indícios de que realmente algo sobrenatural no ar. Porém, o cenário de opressão pode-se criar muito bem um terror psicológico, já que as duas personagens centrais podem muito bem estarem sendo enganadas por suas próprias mentes. O filme nos dá então essa possibilidade de escolher sobre o que pode estar realmente acontecendo, convidando tanto o crente como o descrente a assistir e debaterem então juntos.
Em meio a isso, o cineasta nos brinda com todos os ingredientes para um bom filme de terror. Como vivemos num tempo em que vultos no escuro, madeira rangendo e figuras fora de foco amedrontam o cinéfilo, aqui não poderia ser diferente, mas tudo acontecendo a serviço de uma boa história, da qual nos manténs ligados a ela até o final de sua projeção. É claro que haverá alguém que irá comparar o filme com O Chamado, Água Negra e até filmes recentes como Invocação do Mal, mas nenhum deles possui ao fundo um teor crítico tão forte nas entrelinhas e fazendo então toda a diferença para a história. 
Com pouco mais de uma hora meia, Sob As Sombras é um exemplo de filme de horror do qual não é necessário haver litros de sangue na tela para nos assustar, pois basta o nosso mundo real não ser tão acolhedor para já nos deixar apreensivo com relação ao que vem a seguir.


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