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Sócio e Diretor de Comunicação e Informática do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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quarta-feira, 31 de agosto de 2016

Cine Dica: Em Cartaz: A MORTE DE J.P. CUENCA



Sinopse: Baseado em fatos reais, o filme narra o suspense envolvendo um escritor e um anônimo que se utiliza do nome e da identidade do autor para morrer. Se passando em 2008 no Rio de Janeiro durante um período de reformas urbanas, acompanhamos a investigação desse duplo anônimo que foi encontrado morto em um edifício ocupado no centro da cidade.

O subgênero ficção/documentário tem criado força no cinema nacional, onde criatividade e realismo se unem para se criar algo genuinamente tentador. Filmes como Castanha e Branco Sai, Preto Fica são exemplos onde a ficção é apenas o estopim, mas o realismo e a naturalidade de seus protagonistas é que moldam as obras como um todo.  A Morte de J.P Cuenca é o mais novo exemplo dessa leva, onde um simples caso de policia gera inúmeras interpretações e criando uma ficção onde tudo pode acontecer.
Dirigido pelo estreante João Paulo Cuenca, acompanhamos a história dele mesmo, onde ele procura pistas de uma pessoa que morreu, mas que utilizava documentação e seu próprio nome. Durante a sua cruzada, acontecem as reformas das quais o RJ passou a partir de 2008, como se as pistas ficassem em meio ao entulho e escondesse a verdade. A verdade, aliás, talvez nunca seja algo realmente esclarecedor para o protagonista.
Escritor na época, João Paulo Cuenca decidiu escrever um livro sobre o caso que até hoje não encontra uma solução definitiva. Estreando como cineasta, se percebe que possui uma mão até firme na direção, principalmente em momentos dos quais exigem que a trama faça nos convencer a querer embarcar nessa curiosa situação da qual ele se envolveu. O primeiro ato é movido por um humor negro ácido, onde o protagonista ri da própria situação da qual se encontra e fazendo com que compremos a idéia.
Com um elenco em parte formado por não atores, a investigação se torna uma espécie de documentário, principalmente no segundo ato, onde o protagonista entrevista figuras das quais tinha certa ligação com o homem morto. É um dos melhores momentos da obra, pois nas entrevistas as pessoas se apresentam na frente da câmera de uma forma natural e chegando a ser tão carismáticos quanto aquele que surge na frente da tela interpretando. Das poucas pessoas que surgem na tela que, estão realmente interpretando personagens, uma é vivida pela atriz Ana Claudia Cavalcanti, cuja sua entrada na trama faz com que o filme se envereda para momentos sombrios e de pouca explicação sobre o que acontece em cena.
O ato final é movido pelo personagem de Ana, onde há poucas palavras, mas muita atuação em cena. João Paulo Cuenca acaba então absorvido nesse mundo estranho, do qual faz com que se torne objeto das intenções pessoas e inconclusivas da personagem feminina: a cena de sexo entre ambos com certeza gera um contraste se comparado ao lado mais bem humorado apresentado no início da trama.
Com um final que gera mais duvidas do que respostas, A Morte de J.P Cuenca é um filme sobre começos e fins, sobre a perda da identidade e na tentativa de buscá-la em meio a um mundo cheio de mudanças desenfreadas das quais a sociedade como um todo ainda não percebeu ainda. 


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