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Sócio e Diretor de Comunicação e Informática do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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quarta-feira, 4 de novembro de 2015

Cine Dica: Em Cartaz: A COLINA ESCARLATE



Sinopse: Apaixonada pelo misterioso Sir Thomas Sharpe (Tom Hiddleston), a escritora Edith Cushing (Mia Wasikowska) muda-se para sua sombria mansão no alto de uma colina. Habitada também por sua fria cunhada Lucille Sharpe (Jessica Chastain), a casa tem uma história macabra e a forte presença de seres de outro mundo não demora a abalar a sanidade de Edith.
Assim como inúmeros cineastas (como Tim Burton), Guillermo Del Toro  foi um jovem sonhador que, nas horas vagas, ficava assistindo aos filmes de horror de antigamente na frente da TV. Fã dos estúdios como Hammer, Amicus (ambos ingleses e especializados em obras de horror de décadas atrás) e de obras baseadas nos contos de Edgar Alan Poe (estreladas por Vincet Price), Del Toro se tornou o cineasta que ele é a partir desses filmes e, ao criar as suas próprias obras, veio a se tornar um dos grandes cineastas autorais dos últimos anos. Assistir ao seu último filme A Colina Escarlate, se percebe que não é meramente um filme de casa mal assombrada, como também uma bela homenagem do melhor do horror gótico de antigamente.
O filme se divide em três atos distintos: apresentação dos personagens; apresentação do cenário principal e o derradeiro conflito final. Através dessa forma que o cineasta apresenta a sua trama, não esperem por sustos a todo o momento, sendo que, eles acontecem, mas são raros e não se tornando o verdadeiro foco da trama. O filme se concentra mais na construção dos seus personagens e nas suas motivações, principalmente no seu primeiro ato.
É aí que talvez essa geração nova de cinéfilos, pouco familiarizada com o cinema de horror de antigamente, estranhe num primeiro momento tamanha preocupação que o cineasta tem na apresentação de cada um dos seus personagens, pois ela é longa e pode soar um tanto que cansativa. Porém, isso é valido com a proposta que o cineasta quer passar, de se criar não meramente um filme de fantasmas, mas assim um terror psicológico, do qual se deve preocupar mais com as intenções de determinados personagens do que os fantasmas em si.
Esses últimos, aliás, aparecem somente em alguns momentos e somente para guiar a personagem Edith Cushing (Mia Wasikowska) em situações das quais ela ainda não consegue compreender. Pelo fato de pouco serem vistos em cena, os fantasmas quando surgem é um dos lados técnicos que mais me decepcionou na obra. Não que eles não sejam assustadores, mas eles são muito melhor aproveitados quando estão somente nas sombras, sendo algo semelhante em que eu havia apontado no filme Mama (produzido também por Del Toro).
Fantasmas a parte, talvez o lado visual, técnico e artístico do cineasta, tenha se concentrado do começo ao fim somente na enorme casa onde se passa a trama principal, sendo que, ela em si, é como um personagem vivo e cheio de detalhes. Sua aparição no segundo ato da trama é um verdadeiro espetáculo de edição de arte, fotografia e cores, das quais se cria um verdadeiro mosaico, onde não se sabe quando começa e quando termina. Atenção para parte da frente da casa, onde a neve se mistura com a terra vermelha, dando a entender que o terreno sangra a todo momento e o que fez me lembrar muito o cenário apresentado em Guerra dos Mundos de Steven Spielberg.
Mesmo que a casa em si seja a verdadeira estrela da obra, o elenco também não decepciona, mesmo quando em determinados momentos os seus desempenhos poderiam ter sido melhores. É no caso de Mia Wasikowska que, embora já tenha estrelado inúmeros títulos (desde Alice no País das Maravilhas), ainda não foi dessa vez que ela me convenceu, já que sua atuação ainda persiste no modo “não ajuda, porém não atrapalha”. Já Tom Hiddleston (o eterno Loki da Marvel) nos convence com o seu Sir Thomas Sharpe, cujo seu ar de ambiguidade nos faz a gente se perguntar quais são as suas reais intenções a todo o momento com a sua amada Edith (Wasikowska). 
Porém, Jessica Chastain (vista recentemente em Perdido em Marte) que, ao interpretar Lucille, irmã de Thomas é o que dá um verdadeiro show de interpretação toda vez que surge em cena, mas falar muito do seu desempenho seria entregar algumas das grandes revelações da obra e, portanto cabe vocês testemunharem mais um grande desempenho dessa jovem atriz. Adianto que o final nos brinda com momentos sufocantes, revelações chocantes e um final que, embora previsível em alguns momentos, cumpre com o seu verdadeiro objetivo de não deixar nenhuma ponta solta com relação à verdadeira natureza daquele lugar. Com uma reconstituição de época perfeita e um figurino deslumbrante, A Colina Escarlate é uma verdadeira aula de como se fazia horror gótico de antigamente, mas que infelizmente nem todos irão compreender a proposta que Guillermo Del Toro quis nos passar, mas que felizmente prevejo status de Cult a caminho para esse belo filme.  



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