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Sócio e Diretor de Comunicação e Informática do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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segunda-feira, 30 de novembro de 2015

Cine Dica: Em Cartaz: Chico - Artista Brasileiro / Ausência


Chico - Artista Brasileiro



Sinopse: Documentário conta a história de um dos maiores nomes da música brasileira, Chico Buarque. Ele é conhecido por ser um artista reservado, mas agora ele permite que câmeras registrem sua rotina e como é seu processo criativo. Em um show, ele ainda recebe grandes convidados para ajudarem a contar sua história por meio da música.

 

Um bom sábio disse uma vez que somente as mulheres tinham uma doçura o suficiente para transmitir o verdadeiro amor através de poesia ou uma música. São poucos homens, portanto que possuem essa mesma capacidade que as mulheres de ontem e hoje exercem. Desses poucos, alguns se destacam através da poesia ou da musica e talvez Chico Buarque pertença a essa minoria a ser observada com mais atenção.
O cineasta Miguel Faria Jr, se destacou ao dirigir Vinicius em 2005, mas nessa sua mais nova produção, Chico Buarque está vivo e o que dá mais credibilidade à produção. Com Chico em cena, temos o prazer de ouvir sobre os seus primeiros anos como cantor, a sua luta em manter suas musicas intactas perante a censura na época da ditadura e o que faz para manter a sua humildade mesmo com tudo que a sua carreira lhe trouxe. Em meio a isso, surgem em cena para soltar a voz músicos que cantam musicas populares brasileiras como Ney Matogrosso, Milton Nascimento e Adriane Calcanhoto.
O documentário mais se revela com um bom papo ao lado do ídolo da música, onde ele revela os seus altos e baixos de uma forma descontraída e sincera. Um dos momentos mais interessantes e divertidos da obra é da maneira em que ele tentava conseguir convencer os sensores a liberarem as suas músicas. Bastava uma palavra na sua mais nova canção para que ela não fosse liberada, o que fazia o cantor repensar rapidamente para mudá-la e salva-la. É momentos como esse que fazemos uma comparação com aquele período e o nosso e fazendo a gente concordar com Chico, de que hoje vivemos em tempos melhores.
Nem mesmo quando Chico revela a possibilidade de ter um irmão que mora na Alemanha, o que o faz se lançar em sua busca, não transforma o documentário em um dramalhão. Nem mesmo quando o cantor descobre o que ocorreu com ele lhe faz perder o bom humor, mas sim se sente feliz em saber um pouco mais de suas raízes e de como canção estava predestinada a fazer parte de sua vida. Gente como a gente, Chico nos apresenta os seus netos de uma forma mais natural do mundo, onde em uma tarde tranqüila todos eles se reúnem para conversar e comer sorvete.
Chico - Artista Brasileiro nada mais é do que um documentário sincero sobre o lado humano de um artista que, não optou por um castelo de ouro que poderia comprar graças ao seu sucesso, mas sim manter o seu lado humano intacto e jamais se esquecer de onde realmente veio.     


Ausência



Sinopse:Serginho (Matheus Fagundes) tem 14 anos e não tem a típica adolescência de garotos da sua idade. Ele já tem grandes responsabilidades, pois precisa cuidar de sua mãe alcoólatra e do irmão pequeno. Seu pai sumiu e Serginho vê em seu professor Ney (Irandhir Santos) uma figura paterna. Além disso, ele tem de lidar com o despertar sexual, típico de sua idade.


Num dos momentos mais marcantes do clássico Pixote: A Lei do Mais Fraco, o pequeno protagonista tenta com que a prostituta Sueli (Marília Pêra) faça com que ela lhe trate como se fosse o seu filho, mas ela nega. Um retrato cru, mas ao mesmo tempo uma representação das inúmeras crianças abandonadas em nosso país e que buscam um pouco de carinho há muito tempo perdido. No mais novo filme de Chico Teixeira (A Casa de Alice), Ausência é uma mostra de que, a realidade de Pixote, mesmo já tendo se passado mais de trinta anos continua firme e forte, infelizmente.
Acompanhamos o dia a dia de Serginho (Matheus Fagundes) que precisa se virar para cuidar da mãe e irmão, já que no início do filme o seu pai os abandonou. Em meio a inúmeros bicos, conhece Ney (Irandhir Santos), onde através dele busca uma figura paternal, mesmo da forma mais desesperada. Em meio a isso, o jovem vive na corda bamba, em se manter firme e continuar em linha reta ou cair em desgraça.
De forma realista, vemos Serginho amadurecer precocemente, num papel do homem da casa da qual ele não queria. Porém, ele se torna a única forma para que sua mãe (Gilda Nomacce, ótima) não morra através da bebida, mesmo ela não correspondendo a ajuda como deveria ser. Um retrato cruel da ruína de uma família, da qual deveria ter se pensado antes de cria-la.
A todo o momento, o cineasta Chico Teixeira sempre lança uma luz para que o protagonista tenha um pingo de esperança, para logo em seguida perceber que a gota logo se seca. Toda a esperança recai em Ney (Irandhir Santos), professor que se preocupa na formação de Serginho, mas ele já tem problemas o suficiente, como combater os seus demônios interiores por exemplo. A relação de ambos é bastante conflitante, gerando até momentos de tensão, pois nunca sabemos com exatidão qual é os reais desejos que os personagens sentem um pelo outro. 
Ausência é um belo filme que lança o debate sobre a insegurança que nós temos com relação ao amanhã e com quem devemos realmente recorrer. O final termina em aberto, fazendo com que a trama continue em nossas mentes e tudo que nos resta é desejar boa sorte para o jovem protagonista.   



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