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Sócio e Diretor de Comunicação e Informática do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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sexta-feira, 21 de junho de 2013

Cine Dica: Filme do Grupo Dziga Vertov na Sessão Aurora

SESSÃO AURORA EXIBE FILME DO
GRUPO DZIGA VERTOV NA SALA P. F. GASTAL 

 A Sessão Aurora apresenta neste sábado, dia 22, às 18h, na Sala P. F. Gastal da Usina do Gasômetro (3º andar), o filme Vento do Leste (1970), assinado pelo Grupo Dziga Vertov. Após a sessão, haverá um debate com os editores da revista Aurora. A sessão também marca o lançamento do terceiro número do Zinematógrafo, fanzine de cinema que o grupo produz e distribui gratuitamente em vários pontos da cidade. A entrada é franca.
Filme-manifesto do Grupo, Vento do Leste evidencia toda a radicalidade dos criadores do coletivo, Jean-Luc Godard e Jean-Pierre Gorin, enquanto criadores de imagens, discurso político e da própria linguagem cinematográfica. Basicamente, a história gira em torno de um grupo de pessoas que pretendem fazer um filme e, durante as circunstâncias das filmagens, questionam política e ideologicamente a própria função dos recursos que o cinema oferece e, principalmente, suas limitações. Nesse sentido, o som e a imagem são problematizados a partir de sobreposições e junções de caráter experimental e provocativo em meio a fotos de Mao e Stalin.
Vento do Leste nasceu da ideia de uma obra coletiva, alimentada por debates entre intelectuais de esquerda de vários países. Durante a realização, as duas correntes mais radicais – os maoístas (liderados por Godard) e os anarquistas (liderados por Daniel Cohn-Bendit) – se desentenderam. Segundo Godard, “os anarquistas foram para a praia”. Sob a orientação maoísta, curiosamente, a obra ganhou em experimentação. Vento do Leste foi encomendado (mas não exibido) pela RAI, televisão estatal italiana, como um western-spaghetti com o ator Gian Maria Volontè. O resultado final, no entanto, mesmo com a presença de Volontè, passa longe de qualquer definição.
Uma das bandeiras do Grupo era colocar em xeque a ideia da “velha esquerda” que realizava filmes supostamente políticos, mas que eram, na opinião dos integrantes, apenas filmes sobre pessoas que faziam política, pois permaneciam inseridos no sistema narrativo hollywoodiano, representando ingenuamente mocinhos e bandidos e o bem e o mal, sem romper definitivamente com as estruturas narrativas burguesas e imperialistas. Os temas anticapitalistas e a orientação maoísta/marxista-leninista do Grupo marcaram os oito filmes que realizaram entre 1968 e 1972, tendo em Vento do Leste a síntese de toda uma concepção de cinema radical e revolucionária. O filme ainda tem uma curta participação do cineasta brasileiro Glauber Rocha apontando o caminho do cinema político.


Vento do Leste. França, 1970, cor, 100 minutos. Direção: Grupo Dziga Vertov (Jean-Luc Godard, Jean-Pierre Gorin, Gérard Martin). Com Gian Maria Volonté, Anne Wiazemsky, Cristiana Tullio-Altan, Allen Midgette, José Valéra, Glauber Rocha. O filme será exibido em DVD com legendas em português.

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