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Sócio e Diretor de Comunicação e Informática do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Cine Especial: DAVID CRONENBERG: Parte 3

Nos dias 14 e 15 de fevereiro, estarei participando do curso “David Cronenberg: Seu Cinema e suas Obsessões”, criado pelo CENA UM e ministrado pela Prof.ª Dr.ª Rosângela Fachel de Medeiros. E enquanto esses dois dias não vêm, por aqui, estarei postando um pouco sobre cada filme, desse diretor que passa sua visão obscura (mas que fascina) para a tela do cinema!


Crash - Estranhos Prazeres
Sinopse: Após se envolver em um acidente de carro com uma médica, publicitário começa a se relacionar com um grupo estranho de pessoas, que têm como fetiche a reprodução de acidentes de carro e a relação dos mesmos com o sexo. Aos poucos, ele e a mulher começam a ser introduzidos gradativamente em um mundo de estranhos prazeres carnais, sempre ligados ao sexo e aos carros.
A violência e o sexo são temas até bastante explorados na filmografia de David Cronenberg, mas unidos numa mesma forma, somente mesmo neste filme de 1996 que causou a maior polemica, mas colecionou elogios e prêmios no mundo a fora. Acredito que para Cronenberg, o ato sexual se assemelha a um ato de violência, e ao mesmo tempo, a violência e o ato sexual é um ato de prazer que unidos juntos, tornam o prazer em dobro e irresistível. Só mesmo dessa forma para explicar a razão de um grupo de pessoas (de um possível futuro próximo) terem prazer em se acidentar de carro, para depois começar o sexo, mesmo entre as ferragens do veiculo, após o acidente. Porque eles fazem isso? Os personagens simplesmente são jogados na tela, não tendo nenhuma explicação plausível do porque agirem assim, mas isso seria tão absurdo? Talvez a mensagem que o filme passe, é que unicamente eles estejam vivendo ao maximo e pondo para fora os seus desejos selvagens primitivos, já que a outras formas de comunicação já não são mais possíveis, pela possibilidade delas terem se tornado banais e dispensáveis neste futuro, aparentemente, caótico.
Baseado no livro escrito por J.G. Ballard, o filme possui um elenco que estava fazendo um relativo sucesso nos anos 90, como no caso de James Spader (Sexos, Mentiras e vídeo tape) totalmente a vontade como o cara novo nesse grupo estranho de pessoas, mas dando uma de veterano e entendedor no assunto, e Holly Hunt (O Piano) mais do que a vontade ao tirar a roupa em cenas de pura tensão.

Curiosidade: Recebeu o Prêmio Especial do Júri em Cannes.
A versão em vídeo de Crash- Estranhos Prazeres disponível nas locadoras americanas da Blockbuster não possui quase que nenhuma das cenas de sexo do filme. Esta versão tem aproximadamente 10 minutos a menos do que a exibida nos cinemas.


SPIDER: DESAFIE A SUA MENTE
Sinopse: Spider (Ralph Fiennes) é um sujeito estranho e solitário. Após um longo período de internação em um hospital psiquiátrico, ele regressa às ruas do East End de Londres, lugar onde cresceu. As imagens, os sons e os odores dessas ruas começam a despertar lembranças de sua infância que há muito haviam sido esquecidas. No coração das memórias de Spider encontra-se o grande trauma da perda de sua mãe. Ele acredita que seu pai, o encanador Bill Cleg (Gabriel Byrne), matou a esposa para que uma prostituta tomasse seu lugar e fosse morar em sua casa.
Até aonde nossa mente pode nos enganar? Essa pergunta é levantada após o ato final desse filme, onde explora ao maximo até que ponto a nossa mente pode nos levar. É bem da verdade, que o filme explora do quão é necessário a preservação da inocência de uma criança, pois às vezes basta um simples gesto, para essa criança ficar confusa perante o mundo que ela enxerga, sendo que as vezes, nem tudo o que ela vê, ela saiba administrar. Quando o filme começa, somos apresentados a Spider (Ralph Fiennes, extraordinário) cuja imagem é apenas uma imagem pálida do que ele poderia ter sido um dia, mas do porque ele ter chegado ao ponto que chegou, isso é mostrado quando o protagonista transita em seu passado, onde ele se vê a si próprio quando criança (papel de Bradley Hall), e quando vivia com os seus pais, (Gabriel Byrne e Miranda Richardson), que dava a entender, que viviam em crise, e com isso, o seu pai ia de encontro com uma prostituta (também Miranda Richardson). Com efeito, especial zero e tão pouco com o velho método do flashback, Cronenberg simplesmente coloca o protagonista á transitar em seu passado com a maior facilidade, fazendo de suas lembranças, um verdadeiro quebra cabeça, onde tenta de todas as formas achar algumas respostas ainda não esclarecidas para si próprio, mas a verdade pode ser muito mais assustadora do que aparenta ser, pois sua mente está em frangalhos, que por vezes lembra um espelho quebrado, ou então uma teia de aranha, que quando pequeno, tanto gostava de fazer com linhas de tricô (por isso o apelido Spider).
Ralph Fiennes constrói um personagem cheio de camadas protetoras de si próprio, nas quais não conseguimos de imediato compreende-lo, mas conforme o filme avança, percebemos que ele acabou sendo preso a sua própria teia que teceu. Atenção para o ótimo desempenho de Miranda Richardson, onde faz um trabalho duplo (ou triplo) e nos faz simplesmente esquecer que essas personagens são interpretadas pela mesma atriz.


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