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Sócio e Diretor de Comunicação e Informática do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Cine Dicas: Em Cartaz: Lula: O Filho do Brasil

APESAR DOS DESLISES, FILME É ASSISTIVEL, MESMO OSBSCURECENDO CERTOS PONTOS DA HISTORIA.

Sinopse: 1945, sertão de Pernambuco. Menos de um mês depois de seu marido, Aristides, partir para tentar a vida em São Paulo, com uma moça bem mais nova, Dona Lindú dá a luz ao seu sexto filho, Luiz Inácio da Silva, que logo ganha o apelido de “Lula”.


"Todos os filmes são em parte ficção
Nenhum filme reproduz, fielmente, a vida humana.
Cada um tem seu ponto de vista"

Essas palavras acima não são minhas, mas sim da abertura do filme francês Inimigo Publico nº1 que retratava um dos maiores gangster surgidos por lá. Contudo essa frase que abre minha critica funcionaria muito bem na abertura de Lula: O Filho do Brasil. Criticado muito antes da produção estrear, Bruno Barreto defendeu o filme com unhas e dentes e sempre fez questão de deixar claro que o filme jamais era peça de propaganda, principalmente pelo fato do presidente não estar sendo candidato as próximas eleições. Seja qual o motivo que tenha levado o diretor a fazer esse filme o que pode ser dito é que ele segue até fielmente o livro de Denise Paraná, ou seja, não é um filme fiel a vida particular de lula, e sim algo próximo no que foi escrito na literatura.
Seja como for Bruno Barreto cria uma obra que faz se aproximar com o publico brasileiro em geral (a intenção sempre foi essa, claro). Tirando o fato que o protagonista é o futuro presidente, acompanhamos a trajetória dele e de sua família pobre, liderados pela mãe Dona Lindu (Gloria Pires, ótima como sempre) onde ela e seus filhos saem de lá do sertão de Pernambuco, inicialmente em direção a Santos, onde o seu marido vivia com um dos filhos, uma nova esposa e garrafas de pinga. Devo destacar o inicio do filme que desde já é uma das melhores coisas de toda trama, isso graças direção de imagens que Barreto proporciona, aliado a ótima trilha sonora que ecoa a todo momento.
Após o prólogo, vemos Luis crescendo e aprendendo a conviver com a vida dura, ao mesmo tempo tentando ganhar a vida até se tornar então o torneiro mecânico, casando, perdendo a primeira esposa, caindo de cabeça no sindicalismo e buscando felicidade através da segunda e atual esposa. Curiosamente o filme ousa seguir a velha formula da típica historia de “predestinado” que no inicio se recusa a entrar numa jornada desconhecida mas que no fim, pelas suas escolhas, entra a dentro neste mundo em defesa dos outros e por algo maior, funcionou em outros filmes e aqui, apesar de parecer forçado, funciona na dramatização mesmo no contra gosto de alguns que assistirem.
É curioso rever certos elementos do passado que Lula  provocou no sindicalismo e que sentimos até hoje, nem mesmo as famosas tiras de quadrinhos, famosas por estarem sempre presentes nos boletins que são entregues aos trabalhadores não ficaram de fora, e o que dizer da famosa assembléia que aconteceu no estádio da Vila Euclides, em que Lula discursou para 100 mil trabalhadores, recriada com requintes de perfeccionismo. Aqui Bruno Barreto mistura cenas filmadas com cenas de arquivo, aliando ficção com realismo numa montagem digna de nota para os padrões brasileiros. Posso dizer que Rui Ricardo Diaz cumpre bem até seu papel como o protagonista. tImido no inicio, seu trabalho com o personagem vai crescendo ao longo da projeção e cria até um sotaque similar com o verdadeiro Lula. Contudo, talvez realmente seja Gloria Pires a grande alma de toda trama. Retratando uma mulher abatida pela vida mas nunca desistindo para dar uma vida melhor aos seus filhos, Gloria da toda a intensidade como se fosse seu ultimo papel na carreira e suas cenas com Rui Ricardo Diaz são seus melhores momentos.
Se talvez a um ponto falho e grave para alguns seja o fato do final a trama terminar de um jeito bem anticlimático e ficar de fora momentos importantes como todo o lado político, como a formação do PT e a campanha das Diretas Já, ficou de fora. De sua prisão no DEOPS até o discurso de sua posse presidencial há um pulo enorme demais e faz sentir que a trama não quis tocar em certos assuntos. Tirando esse deslize, Lula: O Filho do Brasil é bom filme a ser assistido por todos, sejam para aqueles contra ou a favor, ou que simplesmente para aqueles que conseguem assistir com a mente aberta e saber separar o filme com a realidade, agora quais foram as intenções do filme ser lançado justo agora só o tempo ira dizer. Como dizia a dona Lindu, “espera, de  um tempo”

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